segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O bicho da fruta


Têm sido pródigos os episódios de jogadores com ligação ao Sporting a proclamar publicamente a sua paixão por outro clube.
O mais recente caso deu-se com Arilton Ebo, jogador de ascendência guineense, ainda com idade de iniciado e que o Sporting foi buscar para esta época ao Real Massamá.




Depois de Rúben Semedo ter utilizado o Facebook para anunciar a sua paixão, mais este caso dá a entender que o trabalho na Academia está a desvalorizar certos comportamentos.
Já eram do conhecimento público algumas atitudes semelhantes, como por exemplo a de um ex-jogador que tinha o cachecol dos rivais da 2ª circular pendurado no quarto da Academia, ou a de Paulo Sérgio que, segundo ele próprio conta, a primeira coisa que fazia quando chegava ao balneário, era perguntar o resultado do Benfica. Diz também que os dirigentes não se chateavam, porque sabiam por quem o coração dele batia.
Claro está que toda a gente tem direito a gostar de quem bem entender, mas quando se representa uma instituição com o peso do Sporting, certas atitudes são condenáveis e penso que deveria haver (se é que não existe) um regulamento interno que precavesse estas situações.
Se o Sporting tem interesse nos jogadores, estes têm MUITO mais interesse em representá-lo pois, como o próprio Arilton diz " quis o Sporting porque é a que tem melhor formação". Então, se quer lá estar, tem que respeitar quem o promove enquanto jogador (já que não o faz enquanto homem).
Curioso é que não me lembro de UM único jogador, enquanto atleta de Porto ou Benfica, a anunciar a sua paixão pelo Sporting, e não tenho a mínima dúvida que existem ( e não serão tão poucos quanto isso).
O último jogo europeu do Benfica foi paradigmático. O único jogador português em campo era Nani, na equipa do Man.United. O Porto actual não tem sequer um jogador da sua formação, no plantel principal. No entanto, e mesmo tendo em atenção o facto de sermos (por razões estruturais) a equipa que mais aposta na formação, deixo o desafio de procurarem nos plantéis das equipas juniores do Sporting, desde a implementação da Academia até hoje, atletas que tenham singrado com as nossas cores. É claro que a triagem é óbvia, e uma minoria chega a sénior no Sporting. Quero com isto dizer que, se abdicarmos de uma "maçã podre", talvez não tenhamos tanto assim a perder, pois o mais certo é que o próprio se perca, no percurso natural até sénior.
Do ano de Nani, Moutinho e Djaló alguém se lembra de Mário Felgueiras, Sabino, Jorge Teixeira, Paulo Renato, Tiago Pires, Fernando Ferreira, Riera, Tomané, Bruninho...entre outros?
Desta mais recente, dos quais chegaram e permanecem Patrício, Carriço ou André Santos, eclipsaram-se David Santos, Jorge Abreu, Marco Lança, André Pires, Pupo, Alison, Cacito, Vivaldo...e mais uma dúzia de nomes.
O Sporting tem que saber fazer-se respeitar, e não esperar que o tempo faça a selecção. A probabilidade de errar é muito baixa.

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