sexta-feira, 23 de março de 2012

Centrais...e outros que tais


Não sou nenhum expert em tácticas, nem presumo ser. Posso por vezes não compreender certas opções, mas publicamente não faço análises desse calibre, sendo que já me sinto capaz de comentar ou dissecar prestações individuais ou colectivas, assentes em vários pressupostos. 
A pseudo-notícia da incredulidade de Eliseu Trindade,pai de Elias, ao vê-lo a actuar a central na 2ª parte do jogo contra o Gil também me estranhou mas já estou habituado, após tantos anos a ver futebol e a ler notícias onde os pais, os avós, os empresários, os analistas desportivos, os analistas clínicos, ou os pandas gigantes vêm prestar declarações, muitas vezes desprovidas de sentido.
O normal acabou por acontecer, quando Elias veio dizer que jogaria, até a guarda-redes. Qual foi o jogador que nunca disse isso, sem contar com os guarda-redes?
Curiosamente, mesmo que tenha lido alguns comentários discordantes da estratégia com que Sá Pinto abordou a 2ª parte desse jogo, penso que foi a mais correcta e, inclusivamente, já tinha manifestado, em privado, que esta poderia ser uma alternativa a utilizar, em determinados momentos.
Esse, era um dos momentos. A equipa a perder, o adversário quase sem sair do seu meio-campo, um único ponta de lança para marcar, de estatura baixa e, deste modo, ganharíamos superioridade numérica no meio-campo. Durante um determinado período, o jogo parecia estar controlado, e até os comentadores já prognosticavam o golo do Sporting, mas este desenho táctico só durou 20 minutos, até à expulsão de Schaars.
Curiosamente, pude assistir esta época a dois jogos dos juniores onde Sá Pinto adoptou o mesmo modelo. Na recepção ao Benfica, na primeira fase do campeonato, perdíamos por 0-1 quando, após o intervalo, abdicou do central Ilori e "recuou" o trinco Agostinho Cá, com a dupla função de fechar aquela zona mas, essencialmente (penso eu) de dotar o meio-campo de mais um elemento, pois Cá só a espaços era visto na zona central, dado o pouco caudal ofensivo adversário. Contra o Inter de Milão, para a NextGen Series, mais uma vez a fórmula posta em prática. Golo italiano aos 56 minutos e aos 60 sai Ilori para Cá assumir, novamente, o eixo da defesa.
Como ficou provado nesse jogo, como no de Barcelos, nem sempre a ousadia de Sá Pinto resulta, mas não nos podemos queixar de ter um treinador que, como muitos, espera que caia do céu alguma dádiva.
Das críticas, essas, não se há-de livrar a menos que, como no jogo em que a reviravolta aconteceu, a vitória acabe por cair, talvez para alguns também caída do céu.

4 comentários:

  1. Com Domingos via-se um SCP estático tacticamente, com a particularidade de o vermos a levar banhos tacticos, até das reservas do moreirense, entre outros jogos. Na altura tornava-se cada vez mais facil para os pequenos jogarem contra o SCP por esse emaranhado tactico de onde a equipa e os seus jogadores nunca conseguiam saír.

    Com Sa Pinto as coisas mudaram. Ve-se q o principio de jogo é claramente a circulação com pressao pelo menos a 3/4 do campo. Contudo, Sa Pinto, que me tem parecido muitissimo inteligente tactimente com eu ja o achava vendo os juniores, estuda os adversários e muda o q tem q mudar para tentar ganhar os jogos, vendo-se os jogadores a interpretar muito bem o bloco subido com pressão altissima contra o vitória ou então o bloco baixo com pressao a 2/4 do campo como se viu com o city, sendo q com bola, a equipa parece-me adoptar o mesmo principio sempres, ou seja, circulação rápida e muita movimentação.

    Perante o Gil é extremamente falacioso dizer-se q o SCP pode queixar-se da arbitragem mas ainda mais de si próprio. Com isto quero dizer q a equipa acaba a 1a parte com algumas oportunidades de golo e entra na 2a a jogar a um ritmo altissimo, com triangulaçoes e movimentos de ruptura, adivinhando-se mais tarde ou mais cedo o golo, perante um gil que n conseguia respirar. Na unica altura em q passam do meio campo, o arbitro a té ja mal, trata de desequilibrar ainda mais o jogo, dando uma facada nos jogadores do SCP q mesmo assim continuaram a lutar contra 14, qd o protagonista maximo tratou de dar a machadada final no jogo! Gostei do q fez Sa Pinto para a 2a parte e considero q a equipa estava bem no jogo ate ao penalti. A nossa querida imprensa e opiniao publica, obviamente quis fazer ver q o SCP n jogou patavina, n podendo por isso queixar-se de mais um roubo perpretado ao SCP. Snceramente, quero mais é q eles se fodam!!! A rever este 3-4-3 de Sa Pinto


    Daniel Pereira

    SL

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    1. Caro Daniel

      Este jogo contra o Gil teve análises para todos os gostos, mas desde o início ao fim, ou seja, feita a análise a quente ou a frio, sempre disse que o árbitro condicionou decisivamente o desenrolar do jogo. Perante esta certeza, é inconsequente estar a falar dos centrais, da má entrada no jogo ou seja, das culpas no cartório para termos acabado com mais um resultado negativo. Cheguei a ler, até em blogues leoninos, que só nos podíamos queixar de nós próprios, e que inclusivamente o penalti do Schaars existia pq tinha um pé na área. Perante isto, como nos vamos admirar que a comunicação social, o fiuza e tantos outros venham fazer considerações acerca da justiça do resultado.
      Concordando na totalidade com a sua apreciação, volto no entanto a referir que, durante largo período, a equipa foi inapta nos seus processos ofensivos mas, relativamente ao que a crónica se refere, devo satisfazer-me por ter um treinador sem medo de arriscar e que não está limitado às banalidades tácticas e de horizontes curtos, à imagem de tantos treinadores.

      SL

      Núcleo

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  2. Bem, 15 min jeitosos na 1a e 10min na 2a de boa qualidade não são suficientes cm é obvio. Apesar de n gostar de olhar para outras casas, vou dar o exemplos: Na Madeira a equipa mais suja da história do futebol mundial (nao resisto à alfinetada) faz mais um jogo inoperante, sem grandes ocasioes de golo, etc, etc, resumindo n jogou um chavo, mas ao contrario do q acontece com os adversarios do sporting, nao teve um boi de preto a desequilibrar contra si. Benfica tem revelado melhor qualidade q o porto, mas tb tem um empurraozinho de vez em quando e Braga tambem jogando com confiança, tem tido inumeras vezes o empurrao de que falei!

    Também nao sou nenhum expert, tenho alguns anos de futebol nas pernas, fui inclusivamente treinado por pessoas q muito sabiam da "coisa" cm o adjunto do porto, mas parece-me q de facto Sa Pinto é bom treinador e espero nao estar enganado!

    Tenho pena, cm referiste, q alguns sportinguistas comecem a baixar a guarda! Fazendo uma analogia com o q escreve o excelente blog Quinta del duque: alguns dos soldados sportinguistas começam a ficar cansados e ja n aguentam segurar sequer na espingarda, no combate ao terror que fazem com o nosso clube. A cada episódio ja vão dando tiros, mas pelo cansaço, os tiros de alguns ja são no próprio pé ou na perna de outro soldado sportinguista!


    Continuação de bom trabalho na luta pelo nosso ideal! A lutar como vocês sempre pelo nosso Grande SPORTING:

    Daniel

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    1. Mais uma vez estamos em consonância. Com o mal dos outros podemos nós bem, e vice-versa, mas não podemos deixar de olhar para as casas alheias. Relativamente ao que está em causa, fiz precisamente o mesmo comentário, com pessoas próximas, relativamente a esse jogo da Madeira, e as consequências que teria com um árbitro mais parcial, dado que foram anormalmente dominados pelos insulares.
      Quanto aos sportinguistas, vão acompanhando o Sporting nas intermitências. Ora ficam eufóricos com as vitórias, ora deprimem com as (dolorosas) derrotas. Compreendo, porque também passo por momentos difíceis, nos difíceis momentos da equipa, mas já me custa compreender que se façam ataques indiscriminados às nossas cores, pelos próprios adeptos. Com amigos destes, para quê os inimigos??

      Abç e SL

      Núcleo

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