quarta-feira, 13 de junho de 2012

Estamos à risca


Já referi por diversas vezes que este espaço é destinado única e (quase) exclusivamente para falar do Sporting.
Como pelos vistos PPC já acabou as obras a que se tinha proposto e apresentou a demissão, este tema dar-me-ia motivos mais que suficientes para pôr à prova algumas opiniões mais cáusticas mas, prefiro deixar que este caso morra no esquecimento e que, rapidamente, haja fumo branco relativamente a uma direcção que não caiu, mas está a cambalear.
Assim, não resisto a meter uma farpa num dos temas do dia.
Como a selecção nacional que compete nesta altura no europeu tem um grande cunho leonino, sinto que este tema também é  grato a muitos sportinguistas.
Mesmo que a selecção seja, cada vez mais, um antro de meninos ricos, mimados e insensíveis que se estão a marimbar para os adeptos ou para simples curiosos e se arrisquem a afastar, uma vez mais, a paixão de todos os que sofrem pelas nossas cores, os papalvos continuarão a torcer por Portugal porque também se estão (ainda) a marimbar para quem está enfiado na camisola.
Assim, a selecção de Paulo Bento e de quase todos nós joga hoje cartada decisiva para se manter viva na competição. Pode, no entanto, continuar moribunda ou, em último caso, ficar morta e enterrada.
Paulo Bento, enquanto treinador do Sporting, foi também o meu treinador grande parte do tempo, mesmo que discordasse de algumas das suas opções e embirrações.
No que toca à gestão de personalidades, alguns puseram-se a jeito mas, desde Stojkovic a Vuckcevic, passando por Carlos Martins (com mais uns casos de permeio) Paulo Bento mostrou-se inflexível e, aparentemente, pouco aberto ao diálogo. Chegou à selecção e tratou logo de mostrar a sua fibra, afastando  Bosingwa e Ricardo Carvalho e trancando logo a sete chaves a porta de entrada.  
Mas essa teimosia tem o reverso da medalha e apresenta uma face de difícil compreensão. Enquanto treinador leonino levou , por exemplo, Varela e Carlos Martins a saírem do Sporting, mas agora já servem para a selecção.
Não serviam para um misto de solteiros e casados e agora já servem para estar nos melhores... dentre os melhores. 
Também no Sporting era Liedson em campo e Postiga no banco, mas chegado à selecção, é Postiga em campo e Liedson no sofá. 
Todos os seleccionadores têm o seu carácter muito próprio e o homem da risca, naturalmente, tem o dele. A sua chegada à selecção foi encarada como a do Messias, pois beneficiou do facto do seu antecessor se chamar Carlos Queiroz.
Ter encontrado a equipa à beira do abismo e a qualificação para esta competição já a precisar da afamada calculadora portuguesa, fez com que tivesse ganho créditos, após um percurso globalmente positivo.
No entanto, continuo a não ser adepto do conservadorismo de alguém que disse, em tempos, preferir ganhar por 1-0 do que por 3-2. Como é óbvio não estava a falar de uma eliminatória, onde os golos fora podem contar.
Eu, que não sou nada nesta história, prefiro ver ganhar, e depois disso gosto de dar por bem empregue o tempo que passei a ver o jogo.
Mesmo que a maioria dos adeptos tenham ficado agradados com a exibição perante os alemães, eu não fui na onda. 
É claro que, depois de uma exibição cinzenta na Polónia, uma bem negra com a Macedónia e uma derrota com sabor a algo mais com a Turquia, muitos esperavam que Portugal fosse trucidado pela máquina alemã.
Como jogámos taco-a-taco, mesmo tendo perdido, voltou a eterna esperança que a cor verde da nossa bandeira tem sempre presente.
Mesmo com as limitações que temos, penso que o meio-campo apresentado (Veloso, Meireles e Moutinho) já denota o tal respeitinho e conservadorismo típicos para quem não perder é bom e, se ganharmos, melhor. Pior que isto só a invenção de Queiroz, pondo Pepe a trinco, sempre a pensar no que o adversário pode fazer em cantos e livres, mais do que poderemos nós fazer com a bola no pé.
Já nem quero saber se Ronaldo continua amarrado à linha, pois continuo com a secreta esperança que a qualquer momento mande às malvas esse desígnio e se aproxime mais de zonas de finalização, que tem feito dele um dos mais temíveis goleadores da actualidade.
Mas a teimosia de Bento parece ter ficado presa ao passado e é com perplexidade que continuo a ver Moutinho marcar os pontapés de canto na selecção, precisamente com a mesma eficácia que o fazia no Sporting, a ponto da equipa se ter tornado, nesse época, na que menos concretizava nesse parâmetro.
No jogo contra a Alemanha também consegui fazer um flashback e, após recorrentes passes longos de Bruno Alves para Postiga, quase que imaginei Liedson lá na frente, a correr esbaforido atrás dos misseis enviados por Polga, durante 4 longos anos.
Talvez por isso se fale no nome do central para reforço da equipa sportinguista. Enquadra-se perfeitamente no modelo que, até há pouco, era imagem de marca.
Além disso, o seleccionar já fez saber que hoje é...Postiga e mais dez.
Contra isto não há nada a objectar. Postiga é, possivelmente, o terceiro pior ponta-de-lança deste europeu, ligeiramente à frente de Hugo Almeida e Nélson Oliveira.
Esta opinião genérica não me leva a desejar o insucesso da selecção, bem pelo contrário. Espero tanto que seja campeão como o mais empedernido adepto, nem que ganhe com um golo de Postiga ...após canto de Moutinho.
Ainda me recordo que, no recente Mundial da África do Sul, Del Bosque foi trucidado com críticas e, lá foi ganhando, sem deslumbrar, até à vitória final. 
Os críticos tiveram que dar a mão à palmatória.
Quero muito que isso aconteça, mesmo que as vitórias ainda não tenham chegado.
Hoje espero a mesma equipa, a mesma postura mas, espero, outras substituições.
A alteração preparada contra a Alemanha, para gerir os ritmos e manter o resultado acabou por abortar à última hora, face ao golo alemão. 
Espero que, lá para os 75 minutos, Paulo Bento reforce o meio-campo ou a defesa, sinal que estaríamos a ganhar por 1-0.
É que o 1-0 chega, como sempre!!


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