sexta-feira, 29 de junho de 2012

Trocas e baldrocas


O jornal A Borla pôs hoje todos os sportinguistas de sobreaviso.
Com a capa da publicação a divulgar um iminente entendimento entre Sporting e Porto para a troca de Adrien por Miguel Lopes, logo soaram as sirene de alarme no universo leonino.
Vindo do jornal que vem, pensei que o melhor era nem comentar mas, que raio, também dá um certo gozo desmascarar mentirosos compulsivos.
Claro está que há uma ínfima probabilidade de acertarem, mesmo que da parte do Sporting já tenham vindo desmentir. É que o segredo é a alma do negócio e não tinha lógica nenhuma confirmarem algo que estaria, eventualmente, a ser feito de modo sigiloso.
O histórico destas trocas é-nos desfavorável, ou não estivessem envolvidos dirigentes com tradições díspares. 
Enquanto um consegue vender uns óculos a um cego o outro não consegue vender uma bengala a um coxo.
Depois da célebre deserção de Futre, o Sporting tentou contrariar contratando Jaime Pacheco e Sousa (pouco depois regressariam à casa mãe por inadaptação) já depois de ter abarbatado Gabriel e Romeu. Houve ainda mais trocas de camisola, hostis ou sem contrapartidas directas. Inácio ou Morato trocaram directamente as listas verdes pelas azuis, enquanto que o Sporting foi buscar Oliveira depois deste já ter passado pelo Bétis e Penafiel.
Nos tempos mais recentes houve acordos de cavalheiros que permitiram trocas que deram que falar. Peixe e Costinha foram ganhar títulos para o Norte, mesmo sem jogar, enquanto o Sporting recebeu  Rui Jorge e Bino, numa troca onde, pela primeira vez, não ficámos a perder.
Depois de Postiga ter vindo passar umas férias a Alvalade, por troca com Diogo Viana, Moutinho foi o último episódio desta prolífica (para o Porto) simbiose , tendo nós recebido Nuno André Coelho, que foi tão rápido a partir quanto o seu apelido indicia.
Mesmo que os antecedentes do jornal em causa nos façam desconfiar, os antecedentes do jogador Adrien também não me deixam com grandes expectativas.
Em 2005, o Chelsea seduziu três jovens da Academia leonina o que, inclusivamente, mereceu uma queixa do Sporting à UEFA. Fábio Ferreira, Ricardo Fernandes e o próprio Adrien partiram para Londres, mas o último arrepender-se-ia e acabaria por voltar. Um pouco à imagem de Figo, quando assinou pelo Benfica, ainda júnior, e daria o dito por não dito.
Quer-me parecer que o final de Adrien será um pouco como o de Figo, salvo as respectivas diferenças. Se o jogador que se celebrizou no Barça e Real não saiu por portas travessas enquanto júnior acabaria por fazê-lo de um modo que gerou enorme mal-estar junto dos seus adeptos, a ponto da maioria nunca lhe ter perdoado a atitude.
Adrien, independentemente do valor que lhe esteja associado, e ao contrário de outros jogadores formados em Alvalade, não demonstra qualquer paixão ou gratidão para o nosso clube.
Parece querer tornar-se mais numa dor de cabeça do que numa solução, e os responsáveis não quererão ficar ligados a mais uma deserção para o rival.
É que, pelo andar da carruagem, teria sido preferível que tivesse optado por ficar no Chelsea. Já ninguém se iria lembrar dele e, certamente, teria feito um percurso similar aos seus colegas de aventura.
Ricardo Fernandes jogou este ano no Marinhense, da 3ª divisão, enquanto Fábio Ferreira jogou no colosso Dulwich Hill, da Austrália.
Se por lá tivesse ficado, poupava-nos esta dissertação, mas deixaria os jornalistas d' A Borla a magicar para outra capa bombástica.




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