Foi possível ler há dias numa publicação de nome impronunciável, que Stijn Schaars é um dos prováveis capitães do Sporting na próxima temporada.
Claro
está que este jornal especializado em mortes, violações e pancadaria
com um cabeçalho vermelho em destaque, raramente acerta uma, mas é uma
situação que merece alguma reflexão, principalmente se os jornaleiros
decidirem acertar, por mero acaso.
O
holandês apresenta-se nesta sua segunda época de leão ao peito como o
jogador mais utilizado e peça fundamental nas estratégias, tanto de
Domingos como de Sá Pinto.
Não tenho nada contra Schaars,
antes pelo contrário...pois é um verdadeiro capitão sem braçadeira mas, a
ser verdade a sua promoção, denota a falta de referências no clube.
Com
a saída de três dos quatro capitães de 2011/2012 (Polga, João Pereira e
Tiago) sobra Carriço, a menos que envergar a braçadeira seja uma
espécie de maldição.
Longe vão os tempos de capitães carismáticos, com largo tempo de dedicação à causa e, invariavelmente, com imensa qualidade.
A
memória de muitos já não abarca os tempos de Damas, Venâncio ou Manuel
Fernandes mas, provavelmente, já serão contemporâneos de Oceano, Sá
Pinto ou Pedro Barbosa, só para citar alguns.
Nos
últimos anos banalizou-se a entrega da braçadeira, e tivemos a
envergá-la um número infindável de jogadores, muitos deles sem qualquer
afinidade com o clube.
Dos
que agora cessam a sua missão o caso de Polga até acaba por ser
sintomático, pois os 9 (tormentosos) anos de leão ao peito são cada vez
mais raros, e o normal é sair-se tão rápido quanto se entrou.
No
entanto, a longevidade e/ou o passado leonino podem não ser suficientes
para a honra mas, sobretudo, a responsabilidade de a envergar.
Basta
recordar o tristemente célebre caso do penalti falhado por Bojinov que
deveria ter sido Matias a tentar...falhar, para nos questionarmos:"onde
parava o capitão?". Ele, que deve ser a extensão do treinador em campo,
pura e simplesmente não actuou, e se tivesse actuado no exercício das
suas competências, talvez evitasse que o Sporting fizesse capas de
jornais pelos piores motivos, que tivesse mais um fardo para despachar
e, pior de tudo, que tenha deitado uma competição pela janela.
Já
um outro que envergou a braçadeira, foi elevado a esse estatuto de
forma extemporânea e sem maturidade ou estatuto suficiente. Lá pelos
reinos do Algarve, num torneio do Guadiana de má memória, João Pequeno
fez birra porque queria sair do Sporting e apesar do Robin dos Bosques
também ter feito birra, o capitão acabou por levar a água ao moinho
dele e demorou pouco para conseguir sair para outra equipa.
Em pouco tempo chegou a capitão desse novo clube. Provavelmente, também fez birra para o conseguir.
Nessa
nova equipa de João Pequeno não bastavam capitães em barda, ainda
fizeram regressar "El Comandante", porque na profusão de personalidades e
estados de espírito de um plantel, nunca é demais espírito... de
liderança.
Na época que em breve irá começar nós até já temos um Capitão...o América, mas precisamos sim de quem se faça entender, transmita determinados valores aos colegas e seja uma referência no plantel e no clube.
Veremos
em quem recai a escolha de Sá Pinto e, mesmo não sendo uma escolha da
qual dependa o sucesso da equipa, poderá trazer para a galeria dos
notáveis mais algum nome insuspeito, até há pouco tempo atrás.
Em todo o caso, se tiver dúvidas, poderá ir pelo sempre democrático e insuspeito "um, dó, li, tá...".
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