domingo, 8 de julho de 2012

A bola é minha

Ricardo Quaresma voltou ontem a ser associado ao Sporting. A origem da notícia esteve num qualquer site turco mas, se não tivesse sido essa fonte, os jornais e portais portugueses arranjariam maneira de conseguir alegadas fontes para o efeito.
Já faz 10 anos que o jogador deixou Alvalade mas, com um pouco de jeito, diria que Quaresma já teve o seu regresso agendado por 20 vezes, ou seja, duas vezes por ano. Tanto no mercado de Verão como no de Inverno, janela de transferências aberta sem aparecer Quaresma no Sporting não seria a mesma coisa.
O adepto comum até agradece sonhar com o jogador, de 6 em 6 meses, mesmo que a maioria já olhe com desconfiança ou até com desdém, para esta notícia.
Se essa maioria silenciosa geralmente esteve pouco preocupada no modo como se poderia financiar o regresso do jogador, bem como o seu milionário ordenado, os tempos actuais de recessão económica já não deixam todos indiferentes e muitos acharão, certamente, que é impossível o Sporting suportar jogadores com estatuto consolidado e os seus respectivos "vícios".
Claro está que o alegado negócio "à la Jardel" que a imprensa fala, poderia valer que se prescindisse de 3 ordenados, juntar tudo num mealheiro para, no final do mês, pagar ao mister trivela mas, mesmo desconhecendo o valor de qualquer deles, quer-me parecer que os vencimentos de Arias, Neto e Baldé nem chegaria a 1/5 do necessário, para lá de ultrapassar desmesuradamente o tecto salarial leonino.
Outra questão que se pode e deve pôr para alimentar este boato, tem a ver com a necessidade que o Sporting terá de mais um extremo para a composição do actual plantel.
Se já passámos há muito tempo a época em que Paulo Bento depauperou essa posição e permitiu que a relva crescesse em generosos tufos junto às linhas laterais, graças ao seu famoso losango no centro do terreno, o certo é que actualmente temos extremos em quantidade e qualidade suficientes para prescindirmos destas dádivas.
Se na época passada tínhamos Capel, Carrillo, Jeffren e até Pereirinha aos quais se juntaram por algumas indisponibilidades físicas Matias e Izamilov, este ano ainda podemos contar com Wilson Eduardo e Labyad, mesmo que o marroquino já tenha dito que prefere jogar no apoio ao ponta de lança.
Ao ver este lote de atletas e, conhecendo as características de Quaresma, fico satisfeito que o boato seja, tão só, isso mesmo.
Nem sequer me agarro à fama e proveito de indisciplinado que granjeou por onde passou, mas simplesmente porque nunca fui muito apreciador das suas características.
O trajecto do jogador, com passagens pouco sucedidas por Chelsea, Inter ou Barcelona tem o ponto alto no Porto. Claro, mas isso para mim não é ponto de referência e suficiente para mudar a minha ideia. Quase todos os jogadores que de lá saíram atingiram o zénite na sua passagem pelos azuis e brancos. Depois de saírem, nunca mais atingiram tal patamar.
Quaresma enquadra-se naquele tipo de jogador por quem não nutro grande simpatia, e que inclusivamente irrita pontualmente até os seus mais fiéis seguidores.
Ainda de leão ao peito chegou a ouvir muita assobiadela pela teimosia em agarrar-se compulsivamente à bola. Aliás, esses atributos não lhe são exclusivos e outros jogadores do passado e presente que enveredam pelo mesmo tipo de comportamento levaram o mesmo tratamento. 
Nani ou Carrillo  levaram nas orelhas sem sequer chegarem a tocar na bola metade das vezes do mentor.
Claro que há quem goste desta constante exibição a solo mas no futebol moderno, do qual a Espanha é o seu expoente máximo, dar mais do que dois toques na bola já é motivo para ser olhado de esguelha por colegas e adeptos.
O que vale é que daqui a nada o mesmo site virá desmentir ou, pura e simplesmente, voltará a cair no esquecimento...até Janeiro. 

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