segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Campeão da formação

Hoje foi notícia a homenagem que o Sporting prestou a Aurélio Pereira.
Apesar da ausência de alguns dos mais proeminentes jogadores que saíram da cantera de Alvalade (casos de Ronaldo, Figo ou Nani), muitos foram os que marcaram presença, nesta sentida e merecida homenagem onde também foi atribuído o seu nome ao relvado principal da Academia Sporting
Na cerimónia, que decorreu no relvado principal da Academia, estiveram presentes algumas individualidades ligadas ao desporto-rei, bem como muitos jogadores que trabalharam com o homenageado.
Entre eles, destacam-se Daniel Carriço, André Martins, Cedric, Pereirinha, Adrien e Rui Patrício, do actual plantel profissional, bem como Hugo Viana ou o guarda-redes Beto, ambos formados no Sporting. Também marcaram presença antigos jogadores, com destaque para Paulo Futre, dado o seu mediatismo mas também pela sensibilidade que teima em demonstrar.
Num momento destes vir dizer que no futebol tem dois pais, no caso Aurélio Pereira e Pinto da Costa é ter o coração e bom-senso a um nível quase subterrâneo, por muito que pense e tenha esse sentimento.
Quando eventualmente o Costa for homenageado, e se Futre for convidado, tenho as mais sérias dúvidas que lhe seja permitido falar de Aurélio Pereira, ou de alguém que esteja pintado de outra cor.
Desconheço se Simão ou Moutinho marcaram presença, mas seria difícil encontrá-los pois a relva estava alta. 
O homenageado teve ocasião de referir, entre outras coisas, que "Pelo trabalho que tem feito nos últimos anos, o Sporting é conhecido como um clube de excelência na formação".
Penso que, para o bem e para o mal, esta é uma verdade insofismável.
Acredito que todos os sportinguistas se revêem na política mesmo que, muitos, preferissem uma política vencedora, sustentada nesta mesma capacidade formativa.
Nós destacamo-nos, efectivamente, por formar jogadores, enquanto os nossos rivais destacam-se por vencer as competições e potenciar os jogadores, de modo rentável.
Para alguns, a formação é quase uma obrigação institucional, mas preferem ir ao pomar dos incautos colher maçãs luzidias, que depois nos apressamos a apelidar de podres.
Basta olhar para a equipa B do crónico candidato e campeão azul-e-branco para percebermos que só constam 5 portugueses no habitual 11 inicial. É preferível apostar na desestabilização do produto D.O.P. (Denominação de Origem Protegida) Made in Academia e no extenso mercado Sul-americano, em vez de estar a gastar energias desnecessárias nesta ingrata tarefa.
Além disso o Sporting é um excelente "clube-satélite", pois trata de fazer crescer os atletas pretendidos ao pô-los a jogar assiduamente, a um nível competitivo elevado.
Quando estão bons para a colheita, os ratos do porão e a nossa genética inabilidade para potenciar os activos fazem...o que tem sido regra nos últimos anos. 
Pois bem, os tempos mais recentes parecem querer também dotar-nos com a aura de clube de excelência na formação...de treinadores.
Antigamente, era necessário currículo e provas dadas para herdar o pesado fardo de treinador do Sporting.
Os tempos mais recentes demonstram que também queremos estar na vanguarda nesta área.
Se Carlos Queiroz foi uma espécie de cobaia, sem provas dadas, o facto é que não foi suficiente para desmotivar a classe dirigente e seguiram-se José Peseiro, Paulo Bento, Domingos ou Sá Pinto.
Abel já deve estar com um olho no burro e outro no cigano!!
Até nos demos ao luxo de formar tradutores de sucesso, como foi o caso de José Mourinho.
Ainda quisemos ajudar a formar outros, como Villas Boas, mas este preferiu uma outra escola de sucesso para, agora, mostrar o que realmente vale. É que os nossos aprendem em Alvalade para conquistar com outras cores.
Os outros conquistam na casa mãe para "desaprender" no resto do seu percurso.
Veremos até quando nos destacamos nesta vertente, já que deixámos de ser referência onde realmente interessa. 


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