segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A entrevista que eu não vi

Ontem não vi a entrevista de Godinho Lopes.
Por muito que a maioria queira saber e tenha retirado ilações positivas ou negativas, o certo é que eu estou farto da retórica dos políticos, sejam os que guiam os destinos do nosso país ou os que andam travestidos de dirigentes.
Quando tudo está bem não é necessário vir mostrar serviço, porque ele simplesmente é perceptível à vista desarmada.
Quanto tudo está em causa ou quando o laço começa a apertar, convém vir tocar nos sentimentos e fazer um pouco de campanha.
Mesmo sem ter seguido a entrevista, é fácil aceder às linhas mestras que foram abordadas e, felizmente, não fiquei arrependido da decisão.
Já assisti, pessoalmente e pelos meios de comunicação, a algumas intervenções públicas de Godinho Lopes e, convenhamos, ele parece acreditar no que diz.
Depois de passadas as primeiras duas ou três reestruturações, o discurso foi-se adaptando ao depressivo modelo nacional e, actualmente, ouvir G.L. é como estar perante a inevitabilidade de Passos Coelho, a esperança de Álvaro Santos Pereira ou a tragédia de Vítor Gaspar.
Tudo está bem comigo ao leme ou...o barco irá ao fundo se eu o largar.

Sem querer estar a crucificar este presidente ou o que idealiza para o clube, quero acreditar que pode haver vida para lá de G.L. ou outro qualquer Messias.
Mais do que ficar revoltado ou conformado ao olhar para o presente e futuro deste país ou deste clube, ficaria sim deveras preocupado se acreditasse que as actuais políticas ou projectos não têm alternativa.
Não tem nada a ver com o actual presidente ou com qualquer outro que possa gerir os seus destinos, mas sim com a fé de que o Sporting não é um clube a prazo.

Entretanto, um pouco por onde se respira Sporting sente-se uma luta fratricida entre os crentes e os...descrentes do actual modelo, e geralmente sobram adjectivos com que se vão digladiando.
Confesso que já estou cansado de observar esta luta de galos, onde uns são apelidados de lambuças, porque acreditam num modelo, e outros são baptizados de brunetes, porque acreditam que o desfibrilhador está noutras mãos.

Pela parte que me toca, o meu dogma continua a ser única e exclusivamente o Sporting Clube de Portugal, e as minhas opiniões, preocupações, anseios, tristezas ou alegrias têm como pano de fundo o clube.

Sem comentários:

Enviar um comentário