domingo, 30 de setembro de 2012

Lengalenga

Ontem foi dia de mais um jogo,  de mais uma desilusão, de frustração e revolta.
Por isso esperei pelo ensolarado dia de hoje para escrever, para de algum modo afugentar os maus espíritos que pairavam sobre a minha cabeça.
No entanto, as evidências são cada vez mais cruéis, e nem os crónicos e teimosos optimistas acreditarão, neste momento, que Sá Pinto (o elo mais fraco) terá um futuro promissor em Alvalade.
Não será preciso ser adivinho para saber que a "espada de Dâmocles" que pende sobre a cabeça de Sá Pinto, desde o dia em que foi "cooptado" para treinador da equipa principal do Sporting, está no ponto mais baixo possível.
O próprio discurso do responsável pelo futebol que se pratica já abandonou a compreensível tentativa de juntar as tropas.
Ontem não ouvimos dizer que a equipa está fortíssima, nem que os jogadores se empenharam como nenhuns outros.
Se só uma minoria terá acreditado na cantilena, os números apontam para um Sporting fortíssimo no investimento e empenhado em dar 45 minutos de avanço aos adversários. Objectivamente, ganhou 2 dos 8 jogos oficiais, todos contra equipas que precisarão, daqui por uns tempos, de um desfibrilhador para os manter vivos.

Para a jornada não ser completamente catastrófica valeu-nos o empate do Porto. Assim, daqui por uma semana poderemos ficar somente a 8 pontos do 1º classificado, em lugar dos previsíveis 10.

Pessimismo? Como querem que encare um jogo com dificuldade máxima, se nos comportamos como uma equipa de segunda linha, contra equipas como as que temos defrontado?
Em relação ao resultado final, o mesmo pode ser encarado sob 3 prismas.
Se o resultado final de 2-2 tivesse acontecido após uma vantagem de 2 golos do Sporting, e posterior recuperação do Estoril, os adeptos não iriam sobreviver a esta desfeita ou teriam manifestado de forma contundente esse sentimento.
Se o empate tivesse sido o 0-0 inicial, a frustração seria também grande mas as manifestações de desagrado iriam ser reduzidas em 10 ou 20%.
Como o empate resultou de uma recuperação onde foi colocada a alma que faltou durante 75 minutos de jogo, os protestos foram residuais e alguns até ficaram com a sensação de 1 ponto ganho.
Aliás, teremos que esperar o evoluir da competição para saber os nossos reais objectivos, de modo a aferir se o Estoril, o Rio Ave ou o Gil Vicente serão do nosso campeonato e de que modo estes resultados poderão ter o seu peso acrescido.

Pessimismo? Nestes primeiros meses da época deixei de acreditar no Pai Natal, no coelho da Páscoa, no Passos Coelho, nas aparições de Fátima e nos E.T's. Porque haveria de acreditar que o Sporting é mais que uma doce recordação do passado?

O jogo, esse, foi aquilo que quase todos puderam ver ou ouvir.
Não há palavras que descrevam uma exibição tão cinzenta, durante a totalidade da primeira parte, e onde praticamente só sobressaiu a capacidade de entrega dos jogadores de amarelo vestido, contrastando com a sobranceria, mania de superioridade e vazio absoluto de ideias dos nossos jogadores.
Acredito que, se tal fosse possível, Sá Pinto trocaria 7 ou 8 jogadores ao intervalo, desde que garantisse a manutenção de Carrillo em campo.

Digo isto porque o peruano esteve em campo até aos 74 minutos, quando o bom-senso faria qualquer um retirá-lo ainda durante a primeira parte. Curiosamente, o primeiro golo surge dois minutos após essa alteração, e pode ter-se dado, também, porque o peruano teve o condão de emperrar todo o jogo ofensivo e falhar toda e qualquer acção de jogo. Sabemos que o jogador é jovem, que tem imenso potencial mas, inclusivamente para salvaguardar todas estas características, seria racional ter poupado o jogador, a equipa e os adeptos a uma exibição tão deprimente.
As tentativas de controlar a bola com a sola da bota, marcar cantos curtos com a sola da bota, a  teimosia em complicar o fácil, enfim, tudo serviu para ir enervando quem observava o jogo, excepto os adeptos adversários. Não sei se a assobiadela no momento da sua substituição servirá para o fazer meditar, mas vejo em Carrillo parecenças com Nani, no melhor e no pior. Tivemos oportunidade de constatar recentemente num jogo da selecção que o jogador do Unáite, mesmo com os puxões de orelhas de Ferguson, continua a achar que a bola foi comprada pela mãe e, portanto, só a empresta quando bem entender.
Já Cedric, apesar da qualidade que toda a gente lhe reconhece, é outro que tem estado ligado a momentos chave do jogo. Depois de oferecer o ouro ao bandido, contra o Gil Vicente, volta a estar ligado à história do jogo, ao fazer uma entrada despropositada que custou uma grande penalidade e a pressão adicional de ir para o intervalo em desvantagem. É o preço a pagar por termos jovens a crescer numa equipa obrigada a vencer.
Até mesmo Izamilov, quase sempre o mais esclarecido, esteve quase toda a primeira parte alheado do jogo mas, quando a mecanismo tem vários grãos a emperrar, não serve de muito que alguns tentem o contrário.
Viola, uma vez mais, foi o perfume que disfarçou o nosso pestilento futebol, com pormenores que não enganam, mesmo que se tivesse eclipsado durante um período do encontro. 
Depois, vieram os tais 15 minutos de garra e alma, em muito potenciados pela expulsão de um jogador estorilista. Não sei se essa entrega e querer seriam suficientes para chegar ao empate (e pouco faltou para a vitória) contra uma equipa completa, mas isso vai ficar no segredo dos deuses.
Resumindo, a maioria de nós estamos sempre ansiosos pelo próximo jogo. Neste momento, não me importaria que a época tivesse acabado, mesmo que ainda faltem 8 penosos meses.
É que estou cansado de ver este futebol, e ouvir a lengalenga das flash interviews (fossem eles Moutinhos, Liedsons, Polgas ou, agora, Patrícios e Carriços):
"Temos que levantar a cabeça...demos 45 minutos de avanço...temos que corrigir os erros..temos que continuar a trabalhar...os campeonatos ganham-se no fim...."

Já não há pachorra, sinceramente. 


Freamunde - Sporting B (directo)

Depois das emoções e desilusões de ontem, a equipa B joga hoje e pode passar a tornar-se na válvula de escape de alguns adeptos.
Mesmo que a equipa comandada por Oceano também não venha praticando um futebol muito animador, os resultados têm sido acima de algumas expectativas, e sempre vão servindo para aliviar as tensões que a equipa principal faz acumular nos adeptos.
A deslocação ao campo do Freamunde não se afigura fácil, como não será nenhuma neste difícil campeonato. A equipa adversária ocupa o último lugar da classificação mas a nossa jovem equipa terá que ultrapassar as dificuldades inerentes a equipas com outra maturidade para tentar vencer mais um jogo, e manter-se nos lugares cimeiros.


Como é normal, podem seguir em directo o desenrolar do jogo, a partir das 16.15 horas, na SportTv2 ou num dos links que a seguir disponibilizamos.






Ligação 4

sábado, 29 de setembro de 2012

Sporting - Estoril (directo)

Já falta pouco para começar mais um jogo da equipa de todos nós. Não, não me refiro à selecção nacional mas, obviamente, à equipa de futebol do Sporting.
Depois da tangencial, sofrida mas merecida, fundamental e catalizadora  vitória frente ao Gil Vicente, hoje é dia de recepção ao Estoril, num jogo que só se pode pensar em vencer.
Se o sorteio do campeonato apresentava um ou dois jogos de média dificuldade, isso parecia garantir um início de campeonato que solidificasse as eternas esperanças leoninas. Contudo, a realidade superou a ficção e as primeiras jornadas quase pareceram tiradas dum filme de terror. A recente vitória também teve a sua dose de sobrenatural mas o filme teve um final feliz, e os bons derrotaram o bandido (aqui podem fazer a interpretação que entenderem).
O jogo contra os canarinhos antecedem a viagem à Hungria, para a Liga Europa mas, fundamentalmente, a deslocação ao Dragão. Por isso, qualquer resultado que não fosse uma vitória poderia ser catastrófico, mas mesmo que a lógica impere, e se o Porto fizer o que está escrito nas estrelas, o clássico na cidade nortenha será tudo menos cómodo, em termos pontuais.
Hoje espera-se um Sporting com a mesma dinâmica do último mas, de preferência, com um futebol mais ligado, com menos ansiedade e, em consequência, que haja a possibilidade de gerir o plantel e as emoções.


Como é normal, podem seguir em directo o desenrolar do jogo, a partir das 18.15 horas, na SportTv1 ou num dos links que a seguir disponibilizamos.






Ligação 5



Sporting - Operário (futsal)

Joga-se neste momento o encontro entre o Sporting e o Operário, a contar para a 4ª jornada do campeonato nacional de futsal.
A equipa leonina, que comanda a classificação fruto do goal-average, tem tido um percurso ímpio mas, as dificuldades ainda estão por chegar.
No entanto, é de destacar que a equipa ainda esteja invicta, ao fim de 3 jogos, mas os verdadeiros desafios passam por continuar a vencer e a proporcionar espectáculos de qualidade.
O jogo de hoje é, obviamente, para vencer, e iremos actualizando aqui no blogue o evoluir do resultado.

Cinco inicial:
Benedito
Marcelinho
Cary
Djô
Deo

FINAL

Sporting 5 (Divanei, Djô, João Matos, Paulinho, Cristiano) Operário 1 (um jogador chamado Pimpolho acabou com o nosso zero, no campeonato)


sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Costinha - Take 2

Depois de já aqui ter abordado, em tempos, uma entrevista dada pelo nosso ex-director do futebol, eis que está disponível mais uma mão cheia de opiniões de Costinha, concedidas a um site desportivo.
Se por um lado é sempre bom comprovar o sportinguismo de alguns agentes desportivos, por outro é com curiosidade que leio as passagens da entrevista que nos dizem respeito. 
Costinha construiu a sua carreira fora de Portugal mas o seu sucesso deu-se de azul-e-branco, por isso são inevitáveis as comparações e as alusões ao clube nortenho.
Das diversas abordagens à realidade leonina, a questão Moutinho foi naturalmente abordada, mas tenho pena que, uma vez mais, não possamos saber a verdade de alguém que esteve por dentro do processo e podia, de forma independente, esclarecer os contornos do negócio. Costinha também é adepto e podia, por momento,s esquecer-se da diplomacia inerente a determinados (ex-) cargos e ajudar a pôr a limpo um tema que suscitou e gerou inúmeros comentários mas sem a necessária sustentabilidade.

Do «caso Moutinho», diz Costinha:

"Obviamente que eu fiquei chateado e triste por ver um jogador com a qualidade do João sair (...) fomos reforçar o FC Porto (...) é um caso que não passa por mim nem nunca passou."
«O João não ficou bem na fotografia porque saiu para o FC Porto, como não fica bem nenhum jogador que sai para um rival».
«Há uma coisa que é importante que se diga [hesita novamente] e eu nem sei se deva dizer... [volta a hesitar e olha o horizonte, pela janela, o mar lá fora num dia de chuva] Eu não criei o caso Moutinho. E penso que não vale a pena falar desse assunto porque iria ter que falar em coisas desagradáveis, que não quero, das quais nunca falei e não é agora que ia falar delas».
Enigmático mas, obviamente, alguém não se portou com a elevação necessária.

Da extensa entrevista, penso que também são de destacar mais duas passagens, onde vem uma vez à baila o célebre e recorrente excesso de transparência...ou protagonismo, que ataca quem serve ou serviu o clube. Nesta abordagem, Costinha põe o dedo na ferida, uma vez mais, em relação a dirigentes que reincidem em aparições mediáticas mas, no nosso caso, esse magnetismo por câmaras e microfones estende-se a ex-qualquer-coisa-do-Sporting. Assim, Costinha até pode ser confundido com todos esses, mesmo que as suas intervenções sejam equilibradas, cautelosas e não ferem os interesses do clube.
 

«Só devem mandar duas pessoas: o presidente e o treinador.»
«Não vejo no FC Porto pessoas da direcção do clube a falar constantemente nos jornais. Não vejo ninguém do FC Porto atacar os seus treinadores e os seus jogadores. Não vejo situações que se vêm nos jornais a falar do FC Porto como se vê do Sporting e como do Benfica já não se vê. Quando há uma liderança de vários anos, as coisas têm por tendência solidificar. Quando estamos sempre a mudar, as coisas partem daqui, partem dali, cola-se um bocadinho mas rebenta acolá...»
«Acho que faz falta blindar é o próprio clube. É o clube perceber de uma vez por todas que só devem mandar duas pessoas: o presidente e o treinador, para separar o administrativo do desportivo», atira, criticando aqueles a quem chama «cadáveres», que aparecem para apontar o dedo quando há «um problema ou um jogo mau».


Por fim, relativamente à equipa de futebol, a opinião do ex-jogador, que vale o mesmo que tantas outras, mas convém registar.

«O Sporting é um clube que atrai instabilidade porque também se deixa abater por ela».
«Se Sá Pinto não tivesse competência não teria sido escolhido. As pessoas podem dizer ´foi cedo demais para o Sporting´. Mas isso é como a eterna questão dos jogadores que são novos ou velhos para jogar. O treinador, se é bom, não tem que ter muita ou pouca experiência. Obviamente que ajuda mas hoje em dia penso que é muito mais importante ser um bom condutor de homens num plantel, porque tacticamente já está tudo mais que estudado e visto».
«Sei que o Sporting tem uma grande equipa, fez um investimento muito forte, tem jogadores com qualidade mas ela não aparece no campo. A relação qualidade / jogo ainda não apareceu mas se nós já à quarta jornada queremos crucificar alguém...!!
Penso que é preciso dar tempo às pessoas e depois decidir, podem ou não gostar da forma de estar do Ricardo Sá Pinto, se é bom ou mau treinador...»
«Penso que uma equipa como o Sporting deve jogar sempre ao ataque, uma equipa grande deve jogar ao ataque».

Claro está que se deve dar tempo ao tempo mas, penso eu, Sá Pinto ou qualquer outro, em qualquer clube do mundo, está dependente da frieza dos resultados. Num clube grande, como é óbvio, não se espera tanto tempo como num mais habituado a passar largos jejuns de vitórias.
Espero é que a qualidade exibicional e os resultados positivos tenham um acréscimo significativo e, já agora (penso não estar pedir muito) que os que por vezes também contribuem para as crises de resultados deixem em paz o Sporting, por uns tempos.
É que já deixámos 2 pontinhos na Madeira...e com o Gil Vicente Labyad já provou o que "a casa" gasta.
Assim é mais fácil fabricar crises!!