sábado, 2 de fevereiro de 2013

A boca no trombone

A descida aos infernos não tem fim.
Ontem, enquanto estava a escrever sobre as longas e miseráveis últimas 24 horas que marcavam o fecho da janela de transferências, eis que o presidente Godinho Lopes (G.L.) decidiu vir pôr a boca no trombone.
Tudo o que eu já tinha escrito sobre a ridícula e infrutífera investida leonina ao mercado de pontas-de-lança disponíveis deixou, de um momento para o outro, de merecer qualquer relevo.
Perante a gravidade do que foi dito na conferência de imprensa, até os ovos que voaram na direcção de Daniel Sampaio no dia anterior pareceram uma brincadeira de carnaval.
G.L. disparou em todas as direcções e deu a entender, como nunca, que a situação financeira do Sporting é tal que devemos recear o que o futuro nos reserva.
Todos os sportinguistas devemos estar, na mais triste página da nossa história, com fundadas dúvidas e anseios mas, os mais optimistas dos pessimistas acham que está na hora de inverter a situação, porque pior que o estado actual é impossível.
No entanto, ao verificar casos mais ou menos similares, como o mais recente do Glasgow Ranges, é evidente que a queda pode ser ainda maior.
Já devidamente barricados nas trincheiras desta pré-guerra civil, uns parecem preferir uma fuga em frente, enquanto outros encaram os problemas de olhos e boca fechada.
Sim, porque pelo menos eu, gostaria de saber quais as medidas e os meios disponíveis para o está a ser cozinhado para dia 10 de Fevereiro, o Day After.
Mesmo que G.L. tenha vindo tocar ao coração dos mais sensíveis,  acenando com a irresponsabilidade  de quem impediu a contratação de Paulo Henrique/Niculae ou Kléber, ou o empréstimo de Milevski e Marco Ruben, após venda de Ricky, o certo é que o problema da sobrevivência é, para mim, o factor chave.
Pouco me importa se é verdade ou mentira a investida do Benfica para contratar Insúa, ou se o Sporting é que deu carta verde ao empresário para colocar Izmailov, onde quer que fosse.
Essas situações preocupar-me-iam se não estivesse em andamento um processo de morte lenta do clube.
G.L. falou da relação com os bancos, dos milhões, enfim, no que também pareceu uma campanha para evitar uma pré-campanha.
Terá entendido que esta seria a altura certa para falar abertamente com os jornalistas acerca dos problemas que afectam o clube, ou seja, com os mesmos que, diariamente, tudo fazem para prolongar a nossa agonia.
Na conversa aberta que manteve com os media referiu uma série de mentiras que vieram escarrapachadas nos jornais, mas foi com aos mentirosos que decidiu abrir as portas.
Na conversa aberta falou dos investidores e dos negócios que abortaram pelo mediatismo do momento.
Desconheço se esta entrevista irá atrair investidores...assim como desconheço o futuro do Sporting e onde poderá estar a solução.
Só sei que a queda é assustadora e, cada vez mais, irreversível.

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