terça-feira, 4 de junho de 2013

Aliviar as amarras

Como foi amplamente divulgado, a final da Taça de Portugal entre o Sporting e o Porto, em andebol, não se jogou unicamente dentro do campo.
Nós, por mero acaso, até estamos muito habituados a que alguns dos nossos jogos tenham protagonistas que se movimentam bem nos obscuros camarins, mas desta vez foi tudo às claras e teve, como protagonistas, o presidente leonino, Bruno de Carvalho, e um fulano, vice-presidente do Porto.
No próprio dia da final foi logo noticiada a troca de palavras pouco amistosa, onde foi de imediato sublinhada a verborreia por parte do dirigente portista.
Sinceramente, nem me apanhou desprevenido porque, ao fim e ao cabo, já são 30 anos de comportamentos que deveriam envergonhar quem os apoia mas, ao ler muitos dos seus comentários após as inúmeras conquistas, a esmagadora maioria revê-se na política adoptada porque, no final, o que interessa são as vitórias.
Desta vez o deboche nem sequer foi sustentado numa vitória, porque o Sporting foi muito superior em campo e serviu-lhes um grande melão para o regresso a casa, e este azedume antes do início do jogo já indiciava que o fulano estava com uma carapuça enfiada até à orelhas.
A alegada "troca de palavras" que hoje é publicada poderá confirmar que, no clube da fruta, falar em fruta pode ser considerado um insulto, excepto quando o Costa fala em tom jocoso da negociata do Maçã Podre.

Diz n' A Bola:
 
"... um comportamento que, diga-se, originou estupefação a praticamente todos os que se encontravam por perto e que ouviram as palavras do dirigente portista, bem como o tom de voz que o mesmo utilizou.

Bruno de Carvalho, de resto, terá aguentado em silêncio as primeiras provocações, que se fizeram ouvir mal chegou ao local a ele destinado, na companhia de Augusto Inácio, diretor para o futebol que também quis estar ao lado da equipa de andebol no jogo decisivo.

Fontes no local revelam a A BOLA que Adelino Caldeira terá utilizado frases como «o presidente [dirigindo-se a Bruno de Carvalho] anda a portar-se mal, já entrou mal...» ou mesmo «que é que é esta m..., quem é ele para falar de fruta».

O pior aconteceu quando um dirigente da Federação Portuguesa de Andebol quis apresentar os dois dirigentes e, aí, o caldo entornou-se. «Sou vice-presidente mas não cumprimento presidentes», terá afirmado Adelino Caldeira, com Bruno de Carvalho a contra-atacar: «Qual é o seu problema?»

Os dois trocaram mais algumas palavras, com Adelino Caldeira a utilizar um tom de voz mais elevado, entre vocabulário menos adequado, com Bruno de Carvalho, a determinada altura, a ignorá-lo, virando-lhe as costas, deixando o dirigente portista a falar sozinho. E sentou-se tranquilamente a ver o jogo.

O dirigente portista, no entanto, não terá ficado calado e continuou a falar alto, mas, desta feita, já perante a total indiferença do presidente leonino. Quem lhe fez uma sinalética para baixar o tom de voz foi Bruno Mascarenhas, membro do Conselho Diretivo.

Mas de nada valeu. Adelino Caldeira disse o que quis, no tom que quis, até lhe apetecer. Mas aqui já sem resposta.
Bruno de Carvalho assistiu depois às incidências da partida e, no final, apenas se preocupou em juntar-se a jogadores, treinadores e adeptos para comemorar a importante conquista desportiva.

O caso indignou e ofendeu o responsável máximo dos leões, mas em Alvalade, neste momento, tenta perceber-se se o ato de Adelino Caldeira foi individual e isolado, e aí o FC Porto nada tem a ver com isso, ou se foi institucional e, aqui, tudo muda de figura, pois os leões podem tomar medidas mais duras.  

Após ter tido conhecimento do incidente, fiquei com a "secreta" esperança de ver cair, de uma vez por todas, a nojenta dependência face a uma aliança delineada nas cabeças pouco pensantes de alguns dirigentes leoninos, que transformaram um fogoso leão num gato de colo.
Conseguiram converter o Sporting no maior dos clubes satélite dos portistas.
Mas para mim, ainda mais preocupante é que a posição submissa e de dependência para com esse clube tenha ultrapassado a vertente institucional e tenha tomado conta até de alguns dos nossos adeptos.
Muitos mostraram-se preocupados com as consequências em fazer frente ao papão. 

Não me digam!!

Será que vamos começar a ser roubados no futebol?
Será que nos vêm buscar algum jogador?
Será que já não nos emprestam o Rolando? 
Será que nos enfiam outra vez o Nuno André Coelho no plantel?
Será que fazem birra e nos deixam de falar?
Ou será que fazem birra e falam demais, como o fulano?
Eu sei é que com uma simples alusão à fruta, que todo o mundo e arredores sabe do que se trata, saltou-lhes o verniz.
As bicadas acerca da fruta já saltaram de todo o lado, mas ficaram repentinamente mais sensíveis ao constatar que uma das suas filiais está a soltar-se das apertadas amarras.

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