terça-feira, 30 de julho de 2013

Roer até ao caroço

Há três ou quatro dias atrás, recordo-me que dei de caras com uma notícia que exaltava a valia do plantel do Benfica.
Não é algo que me apanhe de surpresa, porque os activos dos rivais são exponenciados não só pelos resultados desportivos (uns mais que outros)...
mas também pela comunicação social, 
sempre lesta a  gerar foras-de-série 
no Seixal e no Olival.
 
Como geralmente olho para as notícias dos rivais com um olho aberto e o outro fechado, a verdade é que não prestei atenção aos detalhes, mas hoje fiz um rewind e a manchete dizia:

"Plantel avaliado em 725 milhões de euros. Valor das cláusulas de rescisão".
 
Dado que não tenho acesso à totalidade da notícia, fico sem saber com precisão a que cláusulas se referem.
Se às dos 107 jogadores do plantel, o que daria uma média bem modesta, ou a meia dúzia de pérolas que fazem capas de jornais quase diariamente.
Claro está que todos sabemos que as cláusulas de rescisão são um mero instrumento de defesa dos clubes detentores dos seus passes, sem que isso represente o real valor do jogador.
Aliás, recordo-me até do caso paradigmático de um jogador do Espanyol, chamado Francisco, que no seu último ano como profissional (com 34 anos) e uma carreira modesta, assinou em 1997 por uma época com uma cláusula de rescisão de 70 milhões de euros, a maior do mundo.
Claro está que foi uma medida que serviu para ridicularizar o mundo do futebol, mas também para  chamar a atenção para o (então) fenómeno crescente.
 
Mas o valor das cláusulas, além de turvar a visão de alguns jornalistas, também parece turvar a de alguns adeptos.
Até sportinguistas, que parecem acreditar que os nossos jogadores valem aquilo que as cláusulas ditam.
 
Hoje, curiosamente, vem publicado o valor do plantel leonino.
Sem dele constarem Ilori e Bruma, falamos de 620 milhões, repartidos por 17 jogadores.
Ainda estou à espera que o mesmo jornal exalte este contentor de milhões, mesmo sabendo que, na hora de vender, estes números deixem de interessar.
Que o diga também o Benfica.
Depois de Vieira (alegadamente) recusar 18 ou 25 milhões pelo Oscar Caroço, de acordo com o que foi noticiado, parece que se prepara para vender por 12.
Depois da negociata Roberto, isto demonstra que continua com olho para o negócio.
 
 
 
 


 
 
 

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