terça-feira, 5 de novembro de 2013

Desligar o intermitente

André Carrillo deve ser dos jogadores do plantel do Sporting que mais divide os adeptos leoninos.
Creio que todos nós ficámos entusiasmados com os primeiros slalons do peruano, no início da época 2011/12, e a intermitência nas suas exibições foram associadas à sua juventude e ao natural processo de crescimento.
As lesões de alguns titulares significaram uma oportunidade que dificilmente iria dispor, e de jovem promessa que iria jogar uns minutos passou a jovem certeza, ao disputar 46 jogos nas várias competições.

Nova época, velhos vícios.
A época 2012/13, que seria a da afirmação e explosão do jogador, significou a implosão do Sporting, que arrastou consigo todo o plantel.
Carrillo continuava a entusiasmar, pontualmente, e a irritar, quase sempre, conforme o pé com que se levantava nesse dia.
Além disso, disputou somente 31 jogos, menos 15 que na época anterior.
No entanto, quando jogava…geralmente era o primeiro a entrar, ou a sair, conforme a sua condição de suplente ou titular.
A presente época trouxe um novo presidente, uma nova mentalidade, novos jogadores, novo treinador e resultados animadores, tendo em conta o passado recente.
Tudo novo e estimulante, mas Carrillo parece que permanece ancorado à época passada.
Os seus eternos apoiantes acham que é uma questão de paciência, e ficam tão irritados com os críticos, como estes com as exibições do avançado peruano.
Hoje uma publicação diz que o Sporting terá que trabalhar o aspecto psicológico do jogador.
Convenhamos que alguma coisa terá que ser feita, pois já vai no 6º treinador de leão ao peito e nenhum ainda descobriu o botão que desliga o intermitente.
No entanto, apesar de todos os alegados problemas psicológicos, é bom saber que treina e joga, regularmente.
Já outro, aparentemente sem qualquer problema do foro psíquico, desaparece sem deixar rasto, e parece que os media ficam conformados com a justificação que um “problema pessoal” o levou a pedir dispensa.
Se ainda fosse nosso diriam que...ou está mal do joelho, ou da cabeça.

8 comentários:

  1. Esta época carrillo está a testar a nossa paciência! Até começou bem mas foi perdendo gás...tem um jogo perfeito para mostrar que quer melhorar! Já agora prefiro vê-lo jogar à direita se não encarrilhar temos mané e esgaio à espreita...
    Ps: Gostava de ver um treino do carrillo para perceber o nível de empenho.

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    1. Caro amigo

      Ele testa-nos deste que chegou, mesmo que tenha tido uma primeira época acima das expectativas e acima das seguintes. Daí para cá tem sido bipolar, alternando o bom (nunca os 90 minutos) com o péssimo, capaz de irritar um sportinguista em coma há 12 anos.
      Acredito que nos treinos se empenhe, ou não faria parte do 11 inicial, mas parece-me que tem um grande défice competitivo e outra problema que...não convém dizer, para não ferir susceptilidades, e porque no fim de contas é um activo do Sporting.

      SL

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  2. Só posso acreditar que faz treinos bem empenhados...
    Não creio que o Jardim o pussesse a jogar sem uma referência certa das suas possibilidades...
    Pode efectivamente tratar-se de um problema psico-emocional...e até nem acredito que os assobios ajudem alguma coisa...!

    SL

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    1. Começando pelo final...sempre estive totalmente de acordo com uma frase de Miguel Veloso que suscitou polémica.
      Mais vale ficarem em casa do que virem assobiar.
      Claro está que, no final de um jogo, é normal que as pessoas libertem as suas frustrações através da boca, seja em forma de ofensa, berro, assobio ou grito do Ipiranga.
      Durante o jogo, acho lamentável.
      Seria incapaz de o fazer.
      Antes sair do que fazer do nosso estádio o campo do adversário.

      Quanto ao Carrillo, também estou em crer que se é titular por algum motivo será.
      O problema é que o ritmo a que se joga é diferente do do treino, associado a mais uma ou outra incógnita desta complicada equação.

      SL

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    1. Sempre gostei do Roberto, quando jogava nos galináceos.
      Depois passou a ser-me indiferente...até hoje.
      Posso dizer que sou do Roberto desde pequenino, até há uma hora atrás.

      SL

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  4. Acho que estamos condenados a ter que ser pacientes com o Carrillo. São pouquíssimos os jogadores jovens, cujo talento se baseia principalmente na capacidade de drible, que consigam manter consistentemente um nível exibicional elevado. O Benfica tem vários, como o Ola John e o Gaitan (e no princípio o Di Maria), que são muito intermitentes -- ora irritam até os adeptos mais pacientes, ora conseguem exibições espantosas.

    Na minha opinião o problema é que o Sporting não tem um plantel suficientemente profundo para poder manter o Carrillo de fora durante muito tempo. O Benfica, nos últimos anos, pode dar-se ao luxo de os manter um mês sem sequer aparecerem nos convocados, porque têm muitas alternativas para as alas.

    Se um dia o Carrillo passar para o nível seguinte, será uma questão de meses para se ir embora. É claro que isso seria bom para todos -- para o Sporting, que ficaria uma equipa muito mais forte e por eventualmente conseguir uma excelente venda, e para o jogador. Agora, até lá, não vale a pena assobiar o rapaz. Não é justo para ele, sempre teve muita responsabilidade nos ombros devido à falta de alternativas.

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    1. Caro PN

      Como acabei de dizer em comentário anterior, a solução nunca passa pelo assobio.
      Aliás, se o problema do jogador estiver baseado num défice emocional, esse tipo de comportamento só irá desestabilizá-lo ainda mais.
      Quanto ao restante, totalmente de acordo.
      Por muito fã que se seja do jogador, acredito que qualquer um fica possuído após um daqueles dias em que parece fazer tudo ao contrário.
      Acho até que se assemelha muito a Nani, e é isso que me preocupa.
      O jogador do United, a uma semana de fazer 27 anos, continua a irritar com o seu jogo inconsequente, pouco mais polido do que ...ainda imberbe, saiu do Sporting.
      No entanto, parece-me que o potencial de Carrillo até pode ser superior, mas pode não ser suficiente para ter uma carreira de sucesso, que seria óptimo para ele e para o Sporting.

      Imagino que uma cura na equipa B não seja suficiente, logo à partida porque o Sporting não tem substituto à altura do peruano, e depois porque talvez ficasse com a auto-estima fragilizada.
      Como diz, o facto de termos um plantel muito curto, e com pouca concorrência nas alas, faz com que seja difícil remediar este problema, com o comboio em andamento.
      No entanto, o importante é que o Sporting vá vencendo os seus jogos, seja com Carrillo, Wilson ou Capel pois isso será bom para a sua valorização.

      SL

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