terça-feira, 8 de julho de 2014

Infidelidades


Não é fácil suportar a rejeição.
Seja num relacionamento amoroso ou desportivo, é lixado ser desprezado.
O ano passado descobrimos que Bruma tinha um amante e, no início, foi difícil.
Como se não bastasse a melindrosa situação, ainda tivemos a imprensa cor-de-rosa todo o tempo a relembrar que não tinhamos andamento para aquele jovem com sangue na guelra, e que ele seria sempre infeliz no nosso aconchego.
A decisão dos juízes repôs justiça, e ficámos a ganhar nas partilhas.
A justiça foi terrestre, mas também divina, quando o joelho dele fraquejou.
Durante o resto do ano não pôde consumar a relação. 

Ainda mal refeitos desta rejeição, e já Ilori também nos dava com os pés.
Eu sei que a infidelidade é transversal à idade e aos estratos sociais mas, caramba, julguei merecermos um pouco mais de respeito.

No entanto, reconheço que me dá algum gozo saber que os relacionamentos alegadamente perfeitos também passam por crises profundas.
Na casa do vizinho, por exemplo, apesar de muito foguetório e aparente felicidade, o amor já passou por melhores dias.
Pior ainda, ser enganado pelo mesmo duas vezes é bem pior que ser enganado por dois.
Parece que Oblak voltou a dormir fora de casa, precisamente um ano depois de ter ido a Espanha ver se as molas dos colchões rangiam muito.
Nessa altura o vizinho conseguiu convencê-lo a regressar, mas o aviso já tinha sido deixado.
O pássaro parece ter ganho mais um poleiro onde poisar.

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