quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Horas extraordinárias


Sporting 3 Maribor 1

O Sporting carimbou hoje a sua permanência nas competições europeias, após uma vitória recheada de acontecimentos.

Não me quero alongar em detalhes técnico-tácticos, sempre enfadonhos e de análise subjectiva.
Directa e concisamente, o jogo teve tudo para ser um passeio triunfal a caminho da goleada, e acabou com uma agradável mas acanhada vitória.
Os primeiros minutos já me faziam dar pontapés na atmosfera, naquele acto-reflexo quando a bola parece não querer entrar.
O golo de Mané, logo no primeiro quarto de hora, diluiu alguma da desconfiança que sempre me acompanha. É que a história teima em demonstrar que o adversário nem precisa de rematar à nossa baliza para vencer um jogo, como aconteceu por exemplo no dérbi de futsal.
O golaço de Nani, pouco depois da meia hora de jogo, começou a transportar-me para outra dimensão, mas o auto-golo da praxe trouxe-me de volta à Terra.

Mas a verdade é que a primeira parte foi muito bem conseguida, não fosse esse tiro no pé e algumas ingenuidades repetidas demasiadas vezes.
Não me parece muito normal que uma equipa perca quatro posses de bola, em 45 minutos, por os seus jogadores tentarem fazer o papel de fiscal-de-linha.
Parece-me que a intensidade com que se disputam essas bolas, e a inteligência com que se abordam esses lances, devem também merecer a atenção de todos.

E eis que chega o intervalo de uma hora.
Provavelmente um fusível mal atarraxado provocou uma paragem inédita, pelo menos no nosso estádio. Já houve apagões (mais ou menos intencionados) um pouco por todo o lado, e alguns de triste memória, mas a verdade é que este só nos poderia prejudicar.

Quando finalmente recomeçou o jogo confirmou-se o que se temia. O Sporting tinha perdido o ritmo frenético da 1ª parte, e os primeiros 15 minutos foram de algum sofrimento, mesmo que os eslovenos mal tenham incomodado Patrício.
Mas são muitos anos a virar frangos…e a ver frangos e outras aves canoras, pelo que era imprescindível que o Sporting reentrasse no jogo. Nunca se sabe se Jefferson quereria bisar.
O golo de Slimani desmontou à peça as ténues esperanças do Maribor, e ficou reaberta a via verde para a baliza dos eslovenos.
Afinal, as horas extraordinárias que foram obrigados a fazer resultaram em extraordinárias jogadas de ataque.
Mas, infelizmente, o que podia ter sido um resultado histórico, limitou-se a ser uma sucessão de celebrações e gritos de GOOOOOOOO….abruptamente interrompidos.
Nada disto acaba por ser relevante, porque quaisquer três pontos nos colocariam na senda do apuramento para os 1/8 de final.
A Liga Europa está garantida, mas saberá a muito pouco, se pensarmos que temos os milhões e o prestígio à distância de um ponto.
Pior ainda, se pensarmos que, se houvesse justiça, teríamos hoje carimbado a passagem a essa fase da competição, não fosse aquele roubo na Alemanha.
Já agora, que estou com a mão na massa, deixem-me falar do árbitro vindo das ilhas britânicas.
Sim, porque falar de arbitragens quando se perde soa sempre a azedume.

É que uma penálti e uma expulsão escandalosa ficaram por marcar o que, associadas a uma série de pequenas faltas que permitiram ataques prometedores dos eslovenos irritaram até o mais pacato cidadão.
Quero acreditar que tudo se deveu ao facto do escocês não ter sido submetido ao teste de alcoolemia.     
             




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