Tenho uma mãe que, apesar de sportinguista, pouco liga ao fenómeno
desportivo.
Gosta que o Sporting ganhe essencialmente por mim, e apenas fica um
pouco incomodada quando a lampionagem faz demasiado chavascal no café que fica
por baixo do apartamento.
Isto porque quando os corruptos ganham, lá no Algarve ouve-se o canto
dos grilos.
Ontem, em conversa telefónica informal, perguntava-me se tinha estado a
ver futebol.
Lá lhe estive a explicar que o Sporting tinha jogado na 6ª feira, e
que não vejo a fraude que acontece nos jogos dos rivais.
Tentei explicar-lhe em poucas palavras, para não a entediar, que o
líder da farsa chamada campeonato tinha sido beneficiado em 10 dos 12 jogos
disputados, e que por esse motivo (entre outros) me recusava a assistir e que preferia
ver na net o jogo Breidablik-Reykjavik…do campeonato islandês.
Reforcei que as ajudas estão todas documentadas nas crónicas e
análises da comunicação social. Que não se trata de qualquer facciosismo ou mau
perder.
Mas não é fácil compreender isto, parece demasiado surreal para alguém
que não acompanha de perto o fenómeno desportivo português.
Por isso, tive que fazer uma analogia.
“Conheces aquele desporto que se chama Wrestling? Pro Wrestling?
Aquela luta que é tudo a fingir? Pois, é tipo arte marcial, e contém uma mescla
de artes cénicas. Os combates têm o
resultado pré-determinado, e a coreografia já foi ensaiada para cativar e
iludir o público. Pois, o nosso futebol é como o Pro Wrestling. Já se sabe o
vencedor, mas o público deixa-se ludibriar pelo show-off e produção cénica. “
Eu sei que não é fácil, mas espero que a minha mãe tenha percebido.
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