quarta-feira, 15 de julho de 2015

A erva má cresce depressa

Simão e Moutinho foram exemplos acabados de como a Academia soube formar jogadores...mas não homens, como fez questão de referir um histórico dirigente leonino.
Estou convencido que o trabalho na Academia no sentido de fazer crescer o homem em paralelo com o jogador estará num estágio já muito avançado.
Bruma, por exemplo, mostra ser bom na parte teórica (tendo memorizado o capítulo I do manual de bons costumes) mas na parte prática tem denotado ainda algumas carências.
É que o jogador guineense saiu do clube assim meio de esguelha.
No entanto, quando chegou à Turquia recordou-se que precisava de crescer como homem e jogador.
Neste período de tempo deve ter crescido como jogador...e como homem...ou só como jogador.
A aventura turca foi agora interrompida, mas à chegada a San Sebastian Bruma reafirma que tem que crescer como homem e como jogador.
A julgar pelo que tem crescido como jogador ...não sei se terá crescido muito como homem, mas há que dar tempo ao tempo.
Daqui por uns tempos, quando finalmente chegar ao porto, tenho a certeza que ainda terá muito para crescer como homem e como jogador.
Poderá ser sinal que o manual de bons costumes cumpriu, em parte, o seu papel.


domingo, 12 de julho de 2015

Um ano de pernas



Lá para o final da próxima semana a Sporting Tv completará o seu primeiro ano de emissões.

O sonho de muitos sportinguistas foi tornado realidade e, desde então, o clube passou a estar mais perto dos que têm, na distância física, uma barreira intransponível.

Mas são muitos os que ainda não vêem com bons olhos o canal leonino.

Seja pela grelha de programação, pela falta de rigor numa ou noutra peça, pela falha de alguma transmissão agendada ou pelo desconhecimento das regras de um ou outro comentador…tudo é motivo para desabafarem que “para isto, mais valia não termos tv”.

E a verdade é que a grelha podia ser melhor, mesmo já tendo sido pior.

E é também verdade já me apercebi de gafes que não deviam acontecer.

Não menos verdade é que já me senti frustrado por não emitirem um jogo anunciado.

É evidente que já me senti envergonhado por assistir a comentários desfasados algumas décadas da realidade da modalidade em causa.

No entanto, nem por um momento considerei que mais valia não termos Sporting Tv.

Apesar da notória diferença de longevidade e de experiência, continuo (quase diariamente) a assistir a lapsos em canais generalistas e desportivos que…a acontecerem na Sporting Tv, seriam inaceitáveis.

Como com quase tudo o que acontece no Sporting, alguns adeptos leoninos e outras figurinhas estão sempre prontos a dar umas boas vergastadas no lombo do absorto leão.

Como o conhecido jornalista João Miguel Tavares, que há um ano atrás publicou este bonito pensamento premonitório e de atento observador do fenómeno desportivo.



“...há dias foi apresentada a primeira foto promocional da futura Sporting TV. 


 E o que esta notável imagem demonstra é que o futebol é mesmo o último reduto do labrego português, que se baba por gajas boas de mini-saia. Diz o labrego enquanto rói tremoços e sorve uma bejeca:

 - Eh, eh, eh, tu topaste aquelas gajas da Sporting TV? Ah, leoas!

 Enfim, esta seria a parte publicável de um hipotético comentário labrego. Porque, de facto, aquela foto é um extraordinário convite à manifestação do macho lusitano mais cavernícola.

 Estão ali 11 pessoas. Cinco são machos de fatinho, a maior parte dos quais ocupa o plano da frente e tem programas "de autor". Seis são fêmeas de mini-saia, relegadas para segundo plano, e ali colocadas a mostrar o corpinho apenas para fazer tintilar o homem futebolístico nacional.

 Os gajos estão lá pelo intelecto. É tudo gente que percebe de bola. As gajas só estão lá mesmo pelas pernas.

É que podia haver uma menina de calças. Outra de saia comprida, só para disfarçar. Ou pelo menos uma senhora de cabelos brancos, como o Fernando Correia. Mas não. Ali o que se quer não são mulheres. São gajas boas, que possam convencer mais facilmente um qualquer Cristiano Ronaldo a dar uma entrevista rápida à Sporting TV.

Em Portugal, estamos no ano de 2014. Mas a cabeça do Portugal futebolístico ainda vive em 1964. São estes os novos valores que Bruno de Carvalho veio dar ao futebol português? Alguém acerte o calendário daquele pessoal, se faz favor.


Com este notável texto, não só ficámos a saber que foi Bdc quem fez o casting do elenco feminino, como que o canal é apenas vocacionado para o futebol e que o perfil do adepto leonino (principal consumidor da Sporting Tv) é maioritariamente composto por labregos.

Labregos que comem tremoços…logo, com algumas possibilidades de ainda irem parar ao Panteão.

É claro que o começo das gajas não foi fácil…como não foi o dos machos, mas apesar de por vezes ainda haver dificuldade em dominar o complexo léxico usado na taberna pelos amantes da bola, os progressos foram evidentes.

Por isso, a gaja que acompanha o hóquei em patins ou a gaja que acompanha o andebol demonstram já um à-vontade notável…algo que seria impensável ao vermos as suas torneadas pernas.

A gaja que apresenta o Nomes que Brilham também registou enorme evolução, talvez apenas justificável pelo facto de estar em permanente contacto com machos intelectualmente válidos.

A gaja que anda pelos Núcleos e modalidades várias tem, para lá de duas pernas roliças, outros atributos físicos que farão o adepto mais cavernícola engasgar-se com o tremoço, mas a verdade é que a maior parte das vezes temos que nos distrair com o seu simpático sorriso e o descontraído conteúdo das suas aparições.

Diz JMT que o Portugal futebolístico ainda vive em 1964. 
Tinha ideia que as gajas dessa altura tinham bigode e usavam as cuecas da avó…mas isso pode ser apenas um preconceito meu.

terça-feira, 7 de julho de 2015

À espera

Como sou uma pessoa muito paciente, continuo calmamente à espera das reacções adversas, das denúncias e dos pedidos de esclarecimentos relativamente à contratação de Imbula...ou do alegado interesse no milionário Casillas.
Também continuo à espera de alusões a ordenados de agentes desportivos no parlamento e opiniões sobre negócios absurdos com jogadores de segunda apanha dos lampiões.





segunda-feira, 6 de julho de 2015

#poucavergonha


Não vi na totalidade a entrevista a Jorge Jesus ontem, na SIC Notícias, mas ainda vi a 2ª parte depois de ir lendo algumas das frases mais marcantes da longa entrevista.
Não vou esmiuçar o conteúdo porque daria pano para mangas, mas no geral diria que, no tocante ao Sporting, foram declarações solidárias com a política do clube.
Esta postura é, de certo modo, contrária a algum do discurso do nosso último treinador (ao qual reconheço imensa qualidade), que em determinados momentos demonstrou pouca solidariedade com o pensamento da estrutura reinante.
Pode haver quem considere falta de personalidade, mas foi assim JJ nos lampiões…é assim Lopetegui no fóculporto e, provavelmente, irá ser assim Marco Silva no seu regresso a Portugal.
Será bom que seja sempre assim no Sporting, de parte de qualquer um dos seus funcionários.

Na 2ª parte da entrevista, achei inteligente a jogada de António Simões na tentativa de ratificação do título conquistado pelos lampiões, para que não restassem dúvidas. O antigo jogador interpelou JJ na questão do colinho e das arbitragens, sabendo que o actual treinador dos leões nunca iria colocar suspeições num título por si conquistado.
No entanto, e mesmo que toda e qualquer conquista menos digna não possa ser apagada da história, essa mesma história irá recordá-lo para sempre como o título do colinho.
Os lampiões, aliás, fizeram questão de perpetuar este epíteto, ao promoverem uma fantástica jogada de marketing denominada ‪#‎colinho‬.
Fantástica porque foi a suprema pouca-vergonha, como consideraria se o fóculporto tivesse lançado uma campanha ‪#‎putedo‬, na sequência das desconfianças que foram surgindo durante o seu longo reinado.

Mas ontem um canal concorrente também proporcionou uma entrevista que marca de modo indelével o presente e futuro da arbitragem e, por inerência, do futebol português.
O despromovido e indignado Marco Ferreira veio revelar pressões a que estão sujeitos…não por este ou aquele clube…mas pelos responsáveis da própria arbitragem.
E se o mais natural é ficar-se indignado por terem sido reveladas as pressões de Vítor Pereira na véspera do Rio Ave-lampiões, provavelmente para condicionar o árbitro tendo em vista o fóculporto-lampiões, a mim esse pormenor passa-me ao lado.
A mim indigna-me é que esta pressão (ou qualquer outra) teria ficado no segredo dos deuses caso Marco Ferreira não tivesse sido despromovido.
A mim indigna-me é ouvir falar em nomeações cirúrgicas enquanto a classe arbitral e a lampionagem estrebucham de revolta pelo regresso do sorteio.


domingo, 5 de julho de 2015

Os dois lados da razão

O Sporting informou a CMVM sobre a rescisão de contrato, por mútuo acordo, com Marco Silva.
Tive que ler o comunicado 8 vezes para ter a certeza que lera bem.
Mútuo acordo.
Sim, mútuo acordo.

Nas últimas semanas este parecia um cenário impossível para algumas mentes mais retorcidas.
A primeira tentativa de acordo fez alguns rejubilar de gozo, pois consideraram que o Sporting perdia toda a razão por ter alegado justa causa. Afinal, um dossier de 400 páginas nunca poderia redundar num qualquer acordo.
Depois consideraram (mais) uma derrota do Sporting o facto de Marco Silva (ou os seus representantes legais) terem recusado algumas das exigências.
Também eu julguei algumas das cláusulas de difícil consenso, mas pareceu-me normal a tentativa de atirar o barro à parede, para ver se colava. É assim em quase todo o lado.
Sei, isso sim, que a razão raramente está apenas de um dos lados.
Desconheço ainda os termos do acordo, e até onde terá havido cedências para que ambas as partes ficassem satisfeitas, mas agrada-me que não tenha sido necessário esticar demasiado a corda.
Seria nefasto para os dois lados da razão.
No entanto, uns verão neste acordo a derrota final de BdC e seus pares neste processo, apesar de ter lido e ouvido até há pouco tempo atrás que o Sporting poderia ter que pagar os anos restantes de contrato e, ainda, uma indemnização por danos patrimoniais.
Já os que quiserem ir em sentido contrário poderão dizer que, afinal, Marco Silva também poderia ter rabos-de-palha, ao aceitar um acordo onde não são contemplados todos os seus direitos.

Ouvia há dias de um jornalista dizer, em tom jocoso, que o Sporting teria que aumentar o departamento jurídico, pois o clube iria ficar atolado em processos.
Afinal, este demorou menos que um piscar de olhos.
Talvez seja melhor adiar essa ampliação.

Oxi



Ler as reacções ao sorteio dos árbitros ainda me causa mais preocupação que as poucas-vergonhas a que se tem assistido na arbitragem (de novo) nos últimos anos.
Os lampiões e toda a classe arbitral (menos Marco Ferreira) têm mostrado toda a sua indignação, assim a modos do que se passa na Grécia.
O Sim (Nai) que a classe dá às nomeações é semelhante ao das entidades financeiras que não querem perder o controlo que exercem nos destinos dos seus subordinados.
O Não (Oxi) que foi dado pela maioria dos clubes ao estado vigente da arbitragem é revelador do desejo de mudança de um paradigma que tem manietado os mais frágeis e que é foco constante de desconfiança.
As palavras mais recentes de Vítor Merkel Pereira deixam-me de sobreaviso para o que ainda pode vir aí.

«O sorteio é uma aberração, um retrocesso, um regresso ao passado, a um mau passado. Não garante as etapas de progressão dos jovens árbitros. Há que respeitar as etapas de desenvolvimento da carreira de um árbitro que o sorteio não garante.
É inqualificável que se ponha em causa a honra dos membros do Conselho de Arbitragem, que não teme nem deve nada a ninguém, nenhum dos seus membros. Por muito deficientes que sejam as nomeações, são feitas pela cabeça de quem nomeia, não são feitas em conversas de cafés, com papelinhos de dirigentes de clubes, são feitas de forma autónoma.
Há aqui muitas questões de oportunismo, de ambição de poder. Há uma vontade de controlar a arbitragem, por muita pena que as pessoas tenham este Conselho de Arbitragem é independente».

Estas declarações são aberrantes, inqualificáveis e que demonstram ambição de poder…parafraseando o líder da arbitragem.
Analisando o seu percurso no Conselho de Arbitragem, com as constantes provocações ao Sporting e com um enorme prejuízo económico em face de graves erros de arbitragem, quase que me apetecia sugerir que, para ser votado em futura AG do clube, também houvesse uma proposta para expulsão deste sinistro sócio.
É que não consigo deixar de sentir vergonha quando oiço o seu nome associado ao clube em termos sentimentais, dado que nem uma razoável independência é possível constatar nos seus discursos ou procedimentos.


sábado, 4 de julho de 2015

Decisão relâmpago

Numa decisão relâmpago, o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol condenou o benfica a indemnizar o Sporting em 4.530 euros, como consequência dos factos ocorridos no terceiro jogo da final do campeonato nacional de futsal de 2011/12.
Parabéns ao órgão federativo por consegui resolver este caso em apenas 3 anos, numa altura em que a investigação ao caso Camarate, que data de 1980, ainda vai a meio.
Já os outros pontos (que se prendiam com a conduta violenta de alguns jogadores e treinador, mas também de vandalismo por parte de elementos da comitiva encarnada) terão sido arquivados porque as imagens não têm boa qualidade e porque o dirigente da federação que levou uma bolada de César Paulo ainda não saiu do coma.
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Godinho Lopes voltou esta 6ª feira a recordar:
«Se não tivesse havido esta tentativa de golpe de Estado no Sporting, provavelmente Jorge Jesus já seria treinador do Sporting na época 2012/13, provavelmente o Benfica não tinha ganho estes dois campeonatos. E provavelmente Jesus teria vindo por um terço do valor que veio hoje».
Eu também sou bom em hipóteses:
«Se os navios-hotel na EXPO 98 tivessem afundado com algumas personagens a bordo, o passivo do Sporting provavelmente seria muito menor».
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Na 5ª feira referi que alguns media descobriram, subitamente, que o motivador brasileiro que acompanha Jesus para o Sporting ganhou, de um dia para o outro, atributos pouco abonatórios para a sua função (junto da selecção brasileira que dispitou a Copa América).
Hoje, 6ª feira, a imprensa destapou o nome de Teo Gutiérrez como alvo da estrutura para reforçar o ataque leonino.
Quase em simultâneo, vieram recordar “O dia em que Teo Gutiérrez vestiu a pele de boxeur” e “O dia em que Valderrama mandou Teo Gutiérrez estar calado”.
Se já somos uma das equipas mais indisciplinadas, agora caminhamos para sermos uma das equipas mais indisciplinadas que aparenta demonstrar interesse num jogador com um problema de disciplina.


quarta-feira, 1 de julho de 2015

22 anos e duas pernas

É possível que a imprensa de hoje dê largo destaque ao 109º aniversário do Sporting...mas como só acedo às capas dos jornais ficarei sem saber se fazem alguma referência no interior das respectivas publicações.
Em dia de anos de uma referência desportiva do país, A Bolha ocupa a sua capa com Vieira e com o símbolo lampiónico....assim à laia de provocação. A própria derrota dos sub21 passou para 2º plano, e o Sporting vê o seu nome associado a Wolfswinkel...ou vice-versa.
No rosto de O Jogo também não há referência ao aniversário, mas aqui a crueldade da decisão por grandes penalidades na final do Europeu já ganha grande destaque.
Uma pequena caixa avança o interesse do Sporting no extremo Benítez.
Também o Rascoff relega a selecção para um canto e o aniversário para o esquecimento, mas amplia à máxima escala o interesse do Sporting no tal Benítez.
Alguém por aqui conhece este jogador?
Sei que é um extremo de 22 anos que pode actuar pelos dois corredores, mas preferencialmente pela esquerda. Joga no Lanús e tem duas pernas.
No Lanús?
Cada vez que oiço o nome dessa equipa recordo-me de Julian Kmet.
Esse extremo de 22 anos que foi contratado pelo Sporting e jogava preferencialmente pela esquerda e que também tinha duas pernas, mas ficou mais conhecido pela sua lentidão sobre-humana.
Talvez por isso tenha apenas feito dois jogos oficiais pelo Sporting, um na época 98/99 e outro na seguinte, mesmo tendo chegado com o rótulo de internacional sub21 pela Argentina.
O resto da sua carreira demonstrou que os anos perdidos em Alvalade não foram um acaso.
Fico à espera que alguém me venha contradizer relativamente a este trauma com o Lanús, como clube formador de extremos ambicoxos.

Noutras paragens, Hugo Vieira (o tal que não quis vir para o Sporting para...não ir para os lampiões, o seu clube do coração) vem hoje dizer que o Estrela Vermelha é do nível do clube da gaivota.
Se tivesse passado pelo Sporting diria, provavelmente, que o Estrela Vermelha é incomparavalmente maior.
......................
Oh Coentrão, põe aí o Estrela Vermelha na tua lista.
É um clube para o teu nível.

O clube lá da terra

É verdade que tenho alguma afinidade com Portugal, que considero o meu segundo clube a seguir ao Sporting.
É uma espécie de…clube lá da terra.
Por esse motivo fico um pouco melancólico quando o clube da terra perde, principalmente quando tem a representá-lo jogadores com alguma ligação ao meu Sporting.
Como segundo clube não sofro nem uma ínfima parte do que com o clube de coração mas…caramba…é o clube da terra.
Apesar de este ano ter finalmente sentido a maravilhosa sensação de fintar o karma que parece seguir-nos como uma sombra, hoje voltei a confirmar que é uma doutrina muito teimosa.
O clube da terra perdeu nos pénalties na Rep.Checa, depois de já ter perdido há dias na Nova Zelândia, e incomoda-me que os jogadores sentimentalmente ligados ao Sporting não tenham aumentado o seu currículo.
A realidade é que o clube da terra voltou ao registo a que nos tinha habituado, demonstrado melhor qualidade que o adversário, com um domínio absoluto na posse de bola mas baixa eficácia ofensiva. Tinha sido assim nos três jogos da primeira fase, onde apenas marcámos 2 golos, mas o jogo com a Alemanha aumentou artificialmente a confiança de todos.
Mas como o karma é mesmo fod***, teve que ser o melhor jogador da competição…por mero acaso jogador do Sporting, a falhar a penalidade decisiva.
Nem mesmo o melhor guarda-redes da competição foi capaz de demonstrar toda a sua competência.
Não vale a pena dizer que o título era apenas um detalhe, porque ainda tenho a boca a saber a azedo desde a final perdida com o CSKA, em pleno Alvalade.
Inclusivamente quando o clube da terra perdeu a final com a Grécia. (Eu até penso que a crise grega se deve ao mau-olhado colectivo que lhes lançámos).
Tenho a sensação que nos últimos anos, apenas o Sevilha...o meu 3º clube (por um dia), me trouxe alguma doçura ao paladar.

terça-feira, 30 de junho de 2015

Fatos e factos

Ontem fiz referência ao texto de um jornalista (obviamente com ligação sentimental ao Sporting) que se mostrava triste com a classe perante a diferença de tratamento que é dado a uns e a outros.
Recordava ele, inclusivamente, a recomendação de um colega (também ele leão) aos seus pares para não serem “fortes com os fracos e fracos com os fortes” .
Mas, para alguns com uma agenda bem definida (que está tão em voga), todos os jornais e jornalistas são altamente profissionais e não têm cartas escondidas na manga…excepto em determinados momentos em que esta evidência já lhes convém.
Não deve passar de mera coincidência que tenhamos sido bombardeados durante dias com a alínea do "fato de Marco Silva", retirada de modo conveniente de um processo de 400 páginas.
Também foi um acaso que a expulsão de Godinho Lopes se tenha sobreposto a todos os outros importantes pontos da A.G.
Mas porque o Sporting tem que estar sempre na ordem do dia pelas piores razões, o “Mais Transferências” da TVI anunciou hoje, de um modo dramático, que o clube está a chamar os jogadores para lhes baixar os vencimentos.
A incredulidade do comentador Rui Pedro Braz prende-se com o facto do Sporting ter contratado um treinador com um vencimento milionário, e que os jogadores não compreenderão que lhes seja reduzido o ordenado para pagar ao líder da equipa.
Mas o colaborador da TVI vai mais longe.
Não faz ideia de quem foi chamado. Não sabe nem quem, nem quantos são os jogadores nesta situação.
De facto, faz todo o sentido abrir o programa com uma bomba destas proporções, alicerçada em pressupostos claros e objectivos.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Mal menor

Foi aprovado o sorteio dos árbitros para a próxima época, na sequência da proposta do Sporting...à qual se atrelou o fóculporto.
A lampionagem abandonou os trabalhos indignado com os contornos da aprovação,  considerando "estranho que FC Porto e Sporting tenham conseguido consensualizar uma proposta em apenas cinco minutos".
Eu estou solidário com os lampiões, porque considero...também, que o intervalo mínimo para consensualizar uma qualquer proposta é o lapso de tempo que demora a comer um leitão à Bairrada.


Entretanto, parece que a Doyen vai colocar Imbula no fóculporto, num negócio a rondar os 25 milhões de euros.
Quem dizia que os grandes do  futebol português iriam mudar de paradigma falhou o alvo.
Fico agora a aguardar que os paladinos da verdade, os que enviaram recados no Parlamento à contratação de Jesus e quem pediu esclarecimento aos financiamentos do Sporting mantenham a coerência.

Mas...e será que agora Danilo Pereira aceitará ser um suplente garantido dos castanhos e brancos?
É que, a confirmar-se a vinda do francês, Imbula tem que ser valorizado dentro de campo, o que empurrará o ainda jogador do Marítimo para longe do 11.
Cá para mim que o rapaz ainda vai pensar duas vezes se quer seguir os passos de outros proscritos.

Mudam-se os tempos...mudam-se as vontades


Tive ontem oportunidade de ler um artigo certeiro e oportuno intitulado “Aperta-se o cerco ao Sporting”, do jornalista João V. Sousa, que vem ao encontro de tudo o que penso e, pontualmente, verbalizo ou escrevo.
O texto identifica muitos dos males que nos afectam e muitas das forças que nos amarram.
Mas o jornalista, de um modo coerente, faz questão de referir que não se predispõe a defender cegamente o actual presidente, ou qualquer outro…o que só denota uma enorme clarividência.

No final é possível recuperar um vídeo onde Dias da Cunha aborda os temas da actualidade leonina em 1999.
É fantástico observar que, passados 16 anos, continua tão actual mas…infelizmente, peca apenas por defeito.
O antigo presidente leonino fala em auditorias…em guerra…em sistema…em farsa…em máfia…em corrupção…em ditadura.
Na época, todos os sportinguistas o consideraram lúcido e objectivo.
Quase duas décadas volvidas, não só o Sporting continua atolado nos mesmos problemas como “comprou” novas guerras.
Além de todos os que são referidos no vídeo, ainda viu adicionados personagens que estiveram deste lado da barricada.
Apesar de um estilo diametralmente oposto, consigo imaginar os adjectivos direccionados ao actual presidente caso usasse o discurso de A.D.da C no século passado.
Parece que, para alguns, o conteúdo clarividente de então transformou-se….por força do estilo pouco polido de agora, num conteúdo que denota transtorno de personalidade.

O que vale é que ainda consigo manter um prudente distanciamento e observar os inimigos do Sporting de modo imparcial.


domingo, 28 de junho de 2015

Pinos, cepos e barrotes

É verdade que não nos diz respeito que os lampiões comuniquem à CMVM a aquisição de 10 jogadores (a maior parte dos quais nunca vestirá a camisola do clube) para mais quando é referido de modo recorrente que a actual direcção do Sporting adquiriu um contentor de inaptos nos últimos dois anos.

Não podemos alegar que os rivais esbanjam dinheiro em apostas de futuro que irão desaparecer do radar futebolístico enquanto o diabo esfrega um olho, apenas porque nós não temos dinheiro para desbaratar.

É irrelevante que todos os clubes do Mundo falhem contratações (talvez até a maioria dos que são recrutados) porque o que interessa é que os nossos não falhem.
Sim, porque todo e qualquer acto de gestão é…e deve ser escrutinado.
Pode sempre haver uma auditoria à esquina.

A lista de matraquilhos que o Sporting adquiriu nos tempos mais recentes é longa e dispensa apresentações, mesmo que alguns dos que são apontados como erros de casting ainda nem sequer tenha aquecido os motores…mas esse é um mero detalhe para alguns dos nossos auditores amadores.
Colocar Magrão, Welder, Jorge Santos ou Hugo Sousa no mesmo saco de Paulo Oliveira, Jefferson, Slimani ou Montero é um acto de…distracção.
Também o é ameaçar Gauld ou Jonathan Silva com o homem do saco.
Restam todos os outros incapazes…dos quais se podem subtrair Maurício, que custou 300 mil e renderá mais de 2,5 milhões, e Enoh, que custou 35 mil e renderá 350 mil, para ainda ficarmos com 20% do seu miserável passe.
No entanto corre-se sempre o risco de Enoh enganar mais algum olheiro e o Lokeren conseguir vendê-lo, daqui a um par de anos, de modo a rentabilizar este invesimento.
Se isso viesse a acontecer, não seria de estranhar que aparecessem os auditores amadores a questionar a venda deste barrote por um valor insignificante.

Posto isto, resta pedir a Deus, a Jesus e outras
entidades divinas, que consigam promover a restante cambada de pinos.
Só um anormal alinhamento dos astros nos permitirá remendar o erro ou esburacar o saco, de modo a deixá-los cair pelo caminho.
Para mitigarmos o mal ainda teremos que arrancar muitos cromos da caderneta, mas para nos livrarmos das tochas Shikabala e Rabia obtendo ainda algum lucro teríamos que apelar ao Alá.

………………………….

Talvez ao Alavés?

William e C&a.

O apuramento da selecção de sub21 para a final do europeu da categoria volta a trazer para a ribalta a excelência da formação do Sporting.
Poderá haver quem fique tentado a delimitar temporalmente os louros desta fornada de jogadores, e não é segredo nem tabu que este lote de futebolistas são o resultado de anos de um trabalho rigoroso e aturado, mas os frutos (bons ou maus) do que se está a fazer no presente só serão visíveis daqui a alguns anos.
Por isso, para mim existe unicamente a formação do Sporting, e é essa que tenho prazer em ver ser reconhecida.

A verdade é que Portugal deu um recital de futebol, mas o 5-0 à Alemanha não espelha a diferença entre as equipas.
Hoje tudo saiu bem, desde um tropeção de Cavaleiro na bola que se transformou numa assistência perfeita para Bernardo Silva, até um remate de João Mário que se tornou certeiro porque hoje a baliza alemã parecia ter um íman que atraía todos os remates.
No entanto, devemos desfrutar do momento e extrair o que de mais positivo foi possível ver…e foi quase tudo.

Apesar do resultado ter deixado meia Europa de boca aberta, a exibição de hoje só terá algum significado se conseguirmos levantar o troféu pela primeira vez, na próxima 3ª feira.
Para isso acontecer, teremos que voltar a ter toda a equipa a um nível elevado pois, como pudemos constatar na fase de grupos, a Suécia tem armas suficientes para nos deixar, uma vez mais, com a vitória moral.

Muito do sucesso poderá passar pelos pés do virtuoso Bernardo Silva, apontado como o candidato a melhor jogador da competição mas, desculpem-me a desfaçatez, continuo a considerar William a placa giratória por onde passa todo o futebol desta selecção (e do Sporting).
O jogador leonino já deixará poucos surpreendidos, mas a lucidez com que aborda cada lance, com que inicia cada ataque, é meio caminho andado para o sucesso.
Claro está que necessita quem dê continuidade, com qualidade acrescida, a todo o seu protagonismo, mas sinceramente não acredito que chegássemos a este patamar (por muito Bernardo S. e Sérgio O.) sem o seu contributo.
É verdade que não tem estado tão assertivo no roubo de bolas, mas considero-o o elemento mais decisivo em toda a manobra da equipa.

Não sei se a UEFA, para lá do melhor jogador do torneio, irá constituir o 11 ideal, mas se tal acontecer não tenho muitas dúvidas que dele farão parte William e Paulo Oliveira, talvez o melhor central da competição.
José Sá e Bernardo Silva poderão compor o ramalhete, e só não entrarão João Mário e Sérgio Oliveira se a UEFA quiser democratizar a escolha.
Esgaio não tem estado a um nível demasiado elevado, principalmente no capítulo ofensivo, mas mesmo assim tem relegado João Quinze Milhões Cancelo para o banco.
Os minutos que Carlos Mané teve neste Europeu foram desaproveitados, mas acredito que Iuri ainda venha a protagonizar algum lance que o possa eternizar.
Já Tobias tem rendido o lesionado Ilori, e o melhor que se pode dizer dele é que ninguém tem dado por falta do jogador que o Sporting vendeu ao Liverpool.
Apesar de todo o conhecimento que os olheiros presentes na competição já têm, há largos anos, de todas as nossas pérolas, espero que o plantel do Sporting possa sobreviver a mais esta importante mostra de carácter internacional.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Projecto ambicioso

Há não muito tempo a Índia enviou para Portugal o seu maior ícone futebolístico. 
Um país habituado a enviar satélites para o espaço deve ter urdido uma estratégia que faria do nosso país, e do Sporting, o seu satélite.
Mas os dirigentes leoninos também terão visto em Sunil Chhetri uma boa oportunidade de negócio, alicerçados no imenso mercado do populoso país.
A verdade é que o jogador acabou por abrir muitas portas.
As do balneário, as do táxi e, inclusivamente, as da máquina de lavar.

Agora chegou a hora da vingança. 
Numa iniciativa que deixou os sportinguistas satisfeitos, Portugal enviou Simão Sabrosa para a Índia, para que eles não se fiquem a rir.
Os indianos vão certamente tentar rentabilizar todo o potencial da criatura, ao promover a Chamuça junto da grande comunidade
(por ex. Goa) com estreitos laços com o nosso país , que ainda se alimenta à base de "cozido à portuguesa" e "favas com chouriço".
A Chamuça Sabrosa prevê uma parceria duradoura e saborosa, neste projecto ambicioso e à medida do seu carácter.


Notas soltas

De acordo com a imprensa, Marco Silva terá rejeitado a proposta de entendimento do Sporting que valeria o pagamento de 1 ano de salário, mas com a proibição de treinar os lampiões e o fóculporto (provavelmente durante um determinado período de tempo).
Marco Silva rejeitou esta proposta, e compreende-se.
É que o treinador tem escrito na testa que irá um dia treinar um deles…ou os dois.
Ao longe não se nota, mas se se aproximarem lê-se perfeitamente.
Se falarmos em linguagem fotográfica, Marco Silva poderá vir a ser o negativo de Fernando Santos.
M.S. e F.S. começaram a carreira de treinador Estoril, o primeiro com 34 e o segundo com 33 anos…. mas enquanto o jovem treinador pretende ir do Sporting para a Grécia, o seleccionador nacional veio da Grécia para o Sporting.
O que o Sporting quererá precaver é que M.S. venha da Grécia para o fóculporto, invertendo a tendência de F.S., que foi do fóculporto para a Grécia.
Para último ficará a lampionagem, clube do coração de ambos os treinadores.
É que aquele rapaz, o Vitória, acabou de abandonar o Vitória em direcção ao clube da águia Vitória e não se antevê que salte do poleiro assim tão cedo. O pássaro…não o rapaz.


Entretanto, também de acordo com alguma imprensa, o Sporting apresta-se a ceder Diogo Salomão ao D.Corunha, a título definitivo.
O clube leonino poderá vir a receber uma verba que considerarei satisfatória se balançar entre os 750 mil e os 30 milhões de euros.
Se o acordo acontecer e o Sporting receber algum dinheiro pela venda (ok…a base de licitação pode começar nos 500 mil) já consigo compreender que o jogador tenha renovado com o clube há menos de dois anos.



Noutras latitudes, o Perú, de André Carrillo, qualificou-se para as meias-finais da Copa América e, assim sendo, temos mais um jogador a comprometer o início da época. Como se já não bastasse termos “The Magnificent Seven” a disputar o Europeu com as férias ainda por gozar.

Também na Copa América, parece que o chileno Gonzalo Jara (o defesa que colocou o dedo no rabo de Edison Cagani…ou Cavani…) vai ser investigado.
Sim, de facto as imagens não são conclusivas.
Deverá ser necessária a intervenção da Polícia Científica e recolher provas de ADN.
Ou isso…ou cheirar-lhe o dedo.

terça-feira, 9 de junho de 2015

A pedido de um leitor...


Já passaram três meses desde que escrevi pela última vez no blog, nesta espécie de “blogout” por cansaço ou por revolta.

Neste lapso de tempo recebi /percebi a compreensão de alguns dos habituais ou esporádicos leitores, enquanto outros me pediam para reconsiderar e voltar a escrever.

Afastei-me por completo da escrita e até do diário acompanhamento da blogosfera leonina, onde presumo que se tenha continuado a viver intensamente o dia-a-dia do clube.

Voltei gradualmente a tecer algumas considerações no Facebook do Núcleo mas confesso que sempre fui avesso a violência verbal (ou física) e continuo a não me rever no estilo que muitos sócios/adeptos/simpatizantes…(que se dizem diferentes de todos os outros) estão a cultivar.

Por este motivo, os pressupostos do meu “temporário” abandono estão cada vez mais actuais e se há uns meses atrás esta “voz” não era mais que um chilrear no meio de uma multidão, actualmente terá menos impacto que o bater de asas de uma borboleta num concerto de hard rock.



Nestes 3 meses não saí da minha actual zona de conforto para vir indignar-me pela arbitragem que nos surripiou o título de andebol ou da que nos “encostou às tabelas” no hóquei em patins.

Nem sequer vim aqui para rejubilar com a Taça europeia de hóquei, o título de iniciados, de basquetebol feminino ou com a saborosa e fulcral Taça de Portugal.

No entanto hoje apercebi-me de uma mensagem recente onde um prezado leitor dizia “O que não dava para poder ler a opinião do Núcleo sobre esta bomba…”.

Assim sendo, vou interromper os meus afazeres por uns minutos e tentar transmitir o meu estado de alma.



Quem me conhece ou, por força do blog, conhece o meu estilo habitualmente diplomático e conciliador (e prudentemente equidistante) já desconfiará de que lado estou.

Mas, para os mais distraídos, volto a revelar que estou, unicamente, do lado do Sporting.

As minhas tomadas de posição, públicas ou privadas, visam sempre esse fim…ou é essa a minha intenção.

Por esse motivo, até nos legados dos piores presidentes da história do Sporting indignei-me neste espaço pelo constante aparecimento dos apelidados “papagaios”, com intervenções que raras vezes aportaram algo de positivo.

Por isso, antes de entrar na matéria que interessa ao leitor, e que diz respeito à contratação de Jesus versus despedimento de Marco Silva, não podia deixar passar em claro a lamentável concertação de alguns notáveis no ataque à instituição que todos tanto queremos.

O despedimento do treinador parece ter sido apenas o argumento que alguns esperavam pacientemente para lançar a ofensiva.

Um despedimento que ninguém pretendia, e onde me incluo, dado o bom trabalho efectuado pelo treinador.

No entanto, há dois detalhes que deviam ter levado alguns dos críticos oportunistas a reflectir, caso houvesse um pouco de bom-senso e coerência.

Logo à partida, o facto de Marco Silva e Bruno de Carvalho estarem em rota de colisão desde há largos meses. Todos sabiamos ser irreversível, foi difundido e espiolhado vezes sem fim, e quando finalmente aconteceu o divórcio alguns fingem ter sido apanhados de surpresa.

Não menos importante, o facto de que um treinador não é competente/incompetente tendo apenas em consideração as questões técnicas e de metodologia de treino.



Mas a realidade aponta no sentido de que, tal como disse o jornalista (e ex-funcionário) Pedro Sousa, o nosso ex-treinador tem muito boa imprensa. A partir do momento em que a estrutura leonina decidiu manter o treinador no comando da equipa para (provavelmente) não hipotecar por completo a época, para a generalidade dos media e para cada vez mais sportinguistas, Marco Silva passou de um treinador a fazer uma época (à data) inferior à de Leonardo Jardim para um treinador com crédito ilimitado. Para deleite de alguns, defender Marco Silva passou a constituir um ataque a BdC.

Apesar do treinador ser, geneticamente, o elo mais fraco de um clube…aquele que é sempre dispensável quando algo não corre bem, e de haver poucos A.Ferguson ou A. Wenger por esse Mundo fora, Marco Silva ganhou em 3 ou 4 meses um enorme estatuto no seio dos sportinguistas e pareceu ficar maior que o próprio clube.


Com a nota de culpa a Marco Silva, a política nacional e internacional, a migração ilegal no Mediterrâneo ou a corrupção na FIFA passaram para segundo plano. Num coro que se tornou nacional, todos, de qualquer clube, ideologia, credo ou raça…de mãos dadas, manifestaram-se indignados com a decisão da cúpula leonina.

Uma indignação como nunca ocorreu num país que assiste a dezenas de despedimentos anuais de técnicos, seja por justa causa ou através de acordo.

Sim, porque a (boa?) imprensa (de Marco Silva?) fez o favor de repetir até à exaustão que o ponto de relevo deste romance de faca e alguidar foi a questão do fato não usado na eliminatória da Taça. Com isto, conseguiu intoxicar uma quantidade exacerbada de adeptos leoninos, talvez até mais do que esperariam.

Num processo com 400 páginas, a nossa notável comunicação social destacou como ponto único a patética questão do fato de Marco Silva que, a existir, poderá ter saído propositadamente para a ribalta para ridicularizar a acusação.

Perante este cenário solidário, só falta mesmo editar um novo “We Are the World” , que bem podia ser “We Are the Coach”…em tributo ao jovem treinador.

Ou podiam lançar ainda a campanha “Je suis Marco”, onde talvez mais indignados se sintam identificados.

Até os lampiões, com uma azia descomunal por verem fugir o seu herói por entre os dedos, manifestaram-se incrédulos com a atitude dos responsáveis leoninos.

Sim, os lampiões também se indignaram, os mesmos que despediram Manuel José por justa causa à 4ª jornada da época 1997/98, por "má arrumação das peças no terreno", "deficiente condição física" e porque "…só fazia peladinhas em treinos que se pareciam com os da escola".

O anónimo adepto da nação futeboleira já não terá ficado indignado com o despedimento de Sérgio Conceição pelos principais motivos que serão apresentados também pelo Sporting, ou seja “… uma inadmissível falta de lealdade e de respeito por parte do treinador relativamente ao clube (SCBraga)  aos seus valores, à sua estrutura diretiva e ao Presidente."



Quando deixei de escrever, há três meses atrás, o clima era de guerrilha mas, passado este tempo e com mais uma Taça de Portugal no Museu após sete anos no “Tibete” sem qualquer troféu…o clima é de incontrolável guerra civil.

Pela minha parte, o meu singelo contributo é continuar no meu recanto a sofrer ou a alegrar-me com as incidências desportivas, e a esperar pacientemente por informações credíveis relativamente aos acontecimentos que precipitaram esta luta fratricida.

Se à direcção não lhe for reconhecida em tribunal (penso eu) razão na justa causa acontecerá o que acontece sempre nestas circunstâncias. Terá que abrir os cordões à bolsa ou tentar chegar a um acordo com o treinador. Sempre foi assim e sempre assim será. Nada mais que isso.



Mas se antes, até há uma semana atrás, Marco Silva era o meu treinador, a partir de agora será Jorge Jesus.

Espero que não abra muito a boca, porque por vezes fico envergonhado com as suas dissertações, bem como espero que não se trave de razões com jogadores, treinadores, polícias ou agentes desportivos.

No Sporting não terá direito à mesma compreensão das entidades que organizam as provas, nem sequer de parte dos adeptos leoninos, que estarão permanentemente a escrutiná-lo.

É de realçar que Bruno de Carvalho contratou o melhor treinador que existe em Portugal mas convém reafirmar que JJ não é nenhum Midas.

Não transformou Djaló em jogador, não transformou mais de uma dezena de coxos em Coentrões e não teria vencido algumas das provas sem o aval de Capelas e Paixões.

Além disso, BdC tem uma autêntica bomba relógio nas mãos. Se ao Sporting é sempre exigida a vitória, ao Sporting com um treinador no banco (…ou a correr pela linha lateral) que custa milhões muito mais.



Outra das curiosidades que tenho assistido prende-se com a exigência generalizada na divulgação da origem do dinheiro que irá custear esta “brilhante” aquisição.

Todos, num espectro cromático que vai desde o azul ao vermelho, passando inevitavelmente pelo verde, questionam como o Sporting irá financiar este treinador.

Ver, ler e ouvir lampiões e corruptos questionar se o Sporting encontrou petróleo não sei se me dá náuseas ou vontade de rir.

Clubes com orçamentos de 100 milhões de euros de origem desconhecida questionarem onde o Sporting irá desencantar a verba que tem sido noticiada faz-me recordar a recente frase do Sr.Roquete relativamente à mulher de César…que não o jogador do rival.

Mas porque é que ninguém se questionou de onde vieram, anos a fio, os  milhões do vencimento de Jesus nos lampiões?
E tantos outros milhões que têm sido esturricados a ponto de, mesmo com vendas milionárias, terem continuado com passivos galopantes?

Dirão os nossos críticos que com o mal dos outros podemos nós bem ou…que não lhes interessa.

Pois a mim interessa-me que os clubes joguem com as mesmas regras, e que essas regras sejam puras e ímpias.



Quando os media lançam a notícia de que a Holdimo e a Guiné é que financiarão o treinador, avançam os críticos e alegam que é uma vergonha a origem do dinheiro. Sim, porque limpo…limpo, é o dinheiro originário do petróleo russo, das "democracias" árabes ou dos fundos de investimento que patrocinam alguns clubes de topo.
Mas quando o presidente do Sporting vem desmentir esta teoria da comunicação social e afiança que é com capitais próprios, os velhos dos Marretas (versão contemporânea dos velhos do Restelo) aprestam-se a dizer que é mais uma atoarda.



Somos de facto únicos…e originais.
Enquanto os rivais do Norte, presididos por Pinto da Costa, se unem em torno de um ideal mesmo sem vencerem nada há dois anos, nós andamos numa interminável guerra.

Enquanto os rivais da 2ª Circular, presididos por um seguidor de Pinto da Costa se unem em torno de um ideal, nós perdemos tempo e energia numa luta sem quartel.

Isto acontece quando, à margem da questão Marco Silva, fomos felinos e desviámos um trunfo aos lampiões.

Nem imagino o cenário inverso.

Seria o fim do Mundo em cuecas.